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A cagaita é um fruto do cerrado com alto potencial para consumo in natura, porém, devido à baixa conservação pós-colheita, resultado das elevadas taxas respiratórias e perdas de água, esse potencial ainda é limitado. Nesse aspecto, objetivou-se avaliar as características pós-colheita da cagaita submetidas a diferentes doses de irradiação UV-C. As cagaitas foram colhidas no Banco de Germoplasma da Universidade Federal de Goiás, Goiânia/GO, e transportadas até o laboratório de Secagem e Armazenamento Pós-colheita da Universidade Estadual de Goiás, Anápolis/GO. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições e esquema fatorial 5x10, sendo 5 doses de radiação: 0, 0,31, 0,62, 1,24 e 2,47 kJ m-2; e 10 dias de análise (0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16 e 18 dias). Após a radiação, os frutos foram colocados em embalagens de polipropileno, com 5 frutos, sendo refrigerado e armazenado em incubadora B.O.D. (Biochemical Oxygen Demand) à 10±2ºC, com 80±5% de UR. Foram avaliados: ºhue, croma, carotenoides totais e compostos fenólicos totais (extrato etéreo, alcóolico e aquoso). Os dados foram submetidos à análise de variância (P<0,05). Depois de constatada a significância, as médias foram submetidas à análise de regressão e ao teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os frutos, nas menores doses, apresentaram maior estabilidade do ºhue, sendo eficientes por manter a coloração mais próxima do verde. O comportamento do croma mostrou-se instável durante todo o armazenamento, exceção apenas na dose 0,62 kJ m-2. Ao longo do experimento, os frutos submetidos as menores doses de radiação demonstraram estabilidade no teor de carotenóides, principalmente o 0,62 kJ m-2. E foi evidenciado que as menores doses proporcionaram maior concentração dos compostos fenólicos. Conclui-se que as cagaitas irradiadas com UV-C, na dose 0,62 kJ m-2, evidenciaram efeitos benéficos, proporcionando maior conservação da qualidade e mantendo, por maior período, as características pós-colheita.