O trabalho teve por objetivo investigar o efeito da temperatura e inóculo na produção de carboidratos extracelulares em cultivos de Aphanothece no efluente de laticínios. Os cultivos foram conduzidos heterotroficamente em biorreatores de coluna de bolhas, pH ajustado a 7,6, em sistema isotérmico, ausência de luz e aeração contínua. Realizou-se um planejamento experimental fatorial com três níveis (32), com os fatores: temperatura de cultivo (10C, 20C, e 30C) e inóculo (100 mg.L-1; 200 mg.L-1; 300 mg.L-1). Considerou-se como resposta a produção de carboidratos extracelulares, bem como avaliação da cinética de crescimento celular. As variáveis dependentes foram monitoradas a cada 4 h durante as fases de crescimento do micro-organismo. Foi demonstrado o efeito da temperatura e do inóculo na produção de carboidratos. Os resultados demonstraram que as maiores produções de carboidratos extracelulares foram registrados na fase estacionária de crescimento celular nas temperaturas superiores dos cultivos, com produtividades de 0,80 mg L-1. h-1 (200 mg.L-1 20°C), 1,07 mg L-1.h-1 (200 mg.L-1 30°C) e 0,97 mg L-1.h-1 (300 mg.L-1 30°C). Em face aos resultados obtidos, ficou demonstrado que a manipulação da temperatura da reação e inóculo inicial pode ser considerada uma estratégia viável para a produção de carboidratos extracelulares por Aphanothece.