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EFEITOS DA DIGESTÃO SIMULADA IN VITRO SOBRE AS PROPRIEDADES ANTIOXIDANTES DE EXTRATOS OBTIDOS A PARTIR DE GRÃOS DE MOSTARDA
ANA CLARA DE ARAÚJO CARDOSO
Unicamp
Agora você poderia compartilhar comigo suas dúvidas, observações e parabenizações
Crie um tópicoEntender como os compostos fenólicos são afetados pelo processo de digestão é um conhecimento valioso, visto que responde ao seguinte questionamento: qual fração estará efetivamente disponível para ser absorvida pelo organismo e exercer efeitos positivos sobre a saúde? O presente trabalho avaliou o efeito da digestão in vitro (INFOGEST) sobre o teor de compostos fenólicos totais (CFT) e o potencial antioxidante medido pelos métodos ABTS, DPPH e FRAP de grãos de mostarda preta (Brassica nigra) germinados e não germinados. Os resultados obtidos mostraram que a digestão in vitro aumentou significativamente (p 0,05), indicando que o ganho em termos do teor de CFT e propriedades antioxidantes promovidos pela germinação, são normalizados com a digestão.
Apoio/Financiamento da Pesquisa: PIBIC/CNPq
Adriele Hacke
Oi Ana Clara,
Tenho algumas dúvidas com relação ao seu trabalho:
- No resumo você fala sobre a atividade enzimática realizada anteriormente a análise, porém você não fala sobre a lipase gástrica. Você não utilizou a lipase gástrica?
- Como você justificaria o aumento do teor de fenólicos na amostra durante a digestão? Ou o que ocorre durante a digestão que justificaria o aumento de fenólicos?
Roberto de Paula do Nascimento
Parabéns pelo trabalho. Sou um de seus avaliadores. Perguntas abaixo.
1. Qual outro método de digestão in vitro poderia ser aplicado futuramente para melhorar a qualidade do trabalho, pensando na semelhança com o sistema gastrointestinal humano? Fale sobre a aplicação desse método no seu modelo experimental.
2. O processo de germinação não aumentou estatisticamente o teor de fenólicos totais, apesar de afirmado na conclusão. Explique essa questão.
Obrigado.
ANA CLARA DE ARAÚJO CARDOSO
Oi Roberto, tudo bem? Muito obrigada pelas perguntas, seguem minhas respostas:
1. Qual outro método de digestão in vitro poderia ser aplicado futuramente para melhorar a qualidade do trabalho, pensando na semelhança com o sistema gastrointestinal humano? Fale sobre a aplicação desse método no seu modelo experimental.
Obrigada pela questão pertinente. Os métodos in vitro surgiram como uma forma de simular o que acontece no trato gastrointestinal devido às limitações éticas, financeiras e técnicas de execução de métodos in vivo. O INFOGEST é um método harmonizado elaborado por mais de 300 cientistas de 32 países buscando padronizar e facilitar a comparação de resultados. Apesar disso, o mesmo não faz a simulação da fermentação do material "não acessível" pós digestão. Minha sugestão para um próximo passo seria a execução da mesma de maneira in vitro. Dessa forma, o material não digerido seguiria para fermentação com bactérias intestinais e as mesmas bioatividades poderiam ser reavaliadas.
2. O processo de germinação não aumentou estatisticamente o teor de fenólicos totais, apesar de afirmado na conclusão. Explique essa questão. Obrigado.
Apesar de não observarmos um aumento estatisticamente significativo, a porcentagem de acréscimo de conteúdo de compostos fenólicos chega a quase 8%. Estudos anteriores realizados por nosso grupo de pesquisa apontam a melhoria no teor de compostos fenólicos totais pós germinação de grãos de mostarda. Além disso, e mais importante, a capacidade antioxidante apresenta resultados promissores com a aplicação desse processo natural.
Roberto de Paula do Nascimento
Obrigado!
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ANA CLARA DE ARAÚJO CARDOSO
Oi Adriele, tudo bem? Agradeço as suas perguntas e será um prazer respondê-la!!
- No resumo você fala sobre a atividade enzimática realizada anteriormente a análise, porém você não fala sobre a lipase gástrica. Você não utilizou a lipase gástrica?
É uma pergunta bastante pertinente. Como a farinha de mostarda que utilizei é deslipidificada antes de qualquer tipo de processo, não aplicamos a lipase gástrica. O próprio protocolo da INFOGEST torna o uso da lipase gástrica facultativo quando o material não possui lipídeos. Ademais, a lipase gástrica indicada no protocolo está com um problema sério de fornecimento mundial, o que tem dificultado a reprodução do protocolo para pesquisadores que trabalham com matrizes lipídicas; que felizmente não é o nosso caso.
- Como você justificaria o aumento do teor de fenólicos na amostra durante a digestão? Ou o que ocorre durante a digestão que justificaria o aumento de fenólicos?
O processo digestivo é complexo e durante a passagem pelas etapas da simulação aplicada neste protocolo, temos a ação de diversas enzimas como amilases, proteases e lipases (esta presente na preparação de pancreatina, que possui também proteases e carboidrases). Os compostos fenólicos muitas vezes estão complexados com outros compostos celulares da matriz vegetal. Uma possível explicação para o aumento de teor de compostos fenólicos, é a hidrólise de proteínas e a liberação de fenólicos complexados com essas macromoléculas. Ao hidrolisar enzimaticamente a parede celular vegetal por ação das enzimas digestivas, os compostos insolúveis podem ser liberados, resultando no aumento destes na amostra digerida, como ocoreu com os fenólicos.
Adriele Hacke
Obrigada pelos esclarecimentos Ana Clara!!!