Anais do 15° SLACAN - Simpósio Latino Americano de Ciência de Alimentos e Nutrição

A Moringa Oleífera Lam. (Moringaceae) é uma planta de múltiplo uso. As folhas são ricas em vitamina C e apresentam diversos compostos fenólicos e carotenoides que denotam diferentes atividades farmacológicas. Porém, todos os seus tecidos e órgãos são utilizados para fins alimentícios, cosméticos ou industriais, por serem fontes de diversos compostos bioativos altamente promissores. Reconhecendo a relevância dessa espécie, o presente trabalho objetivou caracterizar os compostos bioativos do pó da moringa, sendo eles: carotenoides totais, teor de vitamina C e compostos fenólicos e, através dessas análises, verificar a potencialidade do comprimido efervescente de moringa. Através da secagem das folhas, até peso constante, e, por conseguinte, a trituração, foi obtido o pó das folhas da moringa. Aplicado à formulação com ácido tartárico, ácido cítrico e bicarbonato de sódio, se obteve os comprimidos. A quantificação de carotenoides no pó foi de 190,3 mg.100g-1 para 38,51 mg.100g-1 no comprimido. O teor de fenólicos totais se mostrou em grande quantidade em ambos, sendo 527,69 mg de GAE.100g-1 no pó e 263,98 mg de GAE.100g-1 no comprimido. Já a quantidade de vitamina C no pó e no comprimido foi de 384,18 mg.100g-1 e de 76,25 mg.100g-1, respectivamente. A baixa quantificação dos compostos bioativos nos comprimidos pode ter sido influenciada devido à grande suscetibilidade às oxidações enzimáticas e não-enzimáticas. Após 90 dias de preparo do pó e dos comprimidos, observou-se a degradação de 85 a 90% da vitamina C, que pode comprovar essa sensibilidade. Entretanto, mesmo com esse alto teor oxidativo, pode-se concluir que os comprimidos apresentaram bons resultados na sua composição, indicando a riqueza dos compostos bioativos da moringa podendo, em trabalhos futuros, ser avaliado seu potencial no desenvolvimento de diferentes formulações, como por exemplo um revestimento no comprimido para ajudar a reduzir essa oxidação.