Anais do 15° SLACAN - Simpósio Latino Americano de Ciência de Alimentos e Nutrição

Os óleos essenciais (OE) são caracterizados como compostos voláteis produzidos por espécies vegetais com o objetivo de proteção contra patógenos e predadores. Além disso, estudos têm sido realizados com o objetivo de elucidar as propriedades bioativas dessas matrizes que são amplamente utilizadas em terapias complementares. O presente trabalho objetiva determinar a toxicidade dos OE de laranja e lavanda que não causa nenhum tipo de efeito adverso em modelo animal in vivo. Neste estudo foram utilizadas larvas de G. mellonella, haja vista ser um modelo alternativo in vivo bastante utilizado devido ao baixo custo, fácil manejo, ausência de restrição por comitês de ética, e alta similaridade com os seres humanos, no que se diz respeito à imunidade inata.
Os óleos essenciais produzidos por hidrodestilação foram adquiridos no comércio da cidade de Piracicaba-SP, e então, determinada a densidade por método gravimétrico. Para o teste de toxicidade foram injetadas várias diluições dos OE na hemolinfa das larvas, através da última pseudopata esquerda. Os grupos foram incubados e sua sobrevivência foi monitorada em intervalos de 24 horas. Nesta análise o óleo essencial de laranja apresentou DL50 de 93 g/Kg, enquanto que para o óleo de lavanda o valor encontrado foi de 39 g/Kg. A análise dos compostos voláteis foi realizada por microextração em fase sólida e cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG/EM). Os compostos majoritários encontrados foram o limoneno no óleo essencial de laranja (91%), enquanto que no óleo de lavanda os compostos de maior expressão foram o linalol e o acetato de linalila, com 34% e 36%, respectivamente. Com base nesses resultados, pode-se concluir que os óleos essenciais apresentaram baixa toxicidade no modelo testado. Entretanto, outras análises são necessárias para se determinar o potencial bioativo desses OE, bem como a aplicação em produtos com objetivos aromáticos e terapêuticos.