Anais do Simpósio Latino Americano de Ciências de Alimentos
Anais do 13º Simpósio Latino Americano de Ciência de Alimentos

A anemia ferropriva é a deficiência nutricional mais comum no planeta. Dentre as estratégias empregadas para precaução dela, encontra-se a fortificação de alimentos. Segundo a Portaria n° 31 da ANVISA (1998), para um alimento sólido ser considerado fortificado, ele deve fornecer 30% da Ingestão Diária Recomendável (IDR) em 100g do produto. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi quantificar os teores de Fe e Zn em alimentos infantis fortificados e verificar se estão de acordo com a legislação vigente. Para isso, foram escolhidos quatro tipos de alimentos com duas marcas para cada variedade: achocolatado em pó, cereal infantil, farinha láctea e leite em pó. O preparo das amostras para a determinação de minerais foi a decomposição por via seca e, a quantificação foi feita por espectrometria de absorção atômica em chama com curvas analíticas com faixas de concentração de: 0,0 – 12 mg/L para Fe; 0,0 – 6,0 mg/L para Zn. Todas as leituras foram feitas em triplicata e acompanhadas de branco analítico. Para o mineral ferro, todas as amostras se classificaram como alimentos infantis fortificados, pois os valores estão acima de 30% da IDR para crianças (máximo de 9 mg/100g do produto final). No entanto, para zinco, apenas a farinha láctea da marca B pode ser considerada enriquecida (9,73 mg/100g±1,05), pois o resultado demonstrou estar acima de 30% da IDR de zinco para crianças (máximo de 8 mg/100g do produto final). No entanto, fortificar alimentos com estes minerais em conjunto pode afetar negativamente o teor bioacessível de ambos, uma vez que estudos comprovaram que estes elementos disputam o mesmo sítio de absorção. Por fim, foi possível concluir que somente a farinha láctea da marca B é considerada um alimento infantil fortificado com Zn, contudo, o alto teor deste mineral neste alimento, pode diminuir a biodisponibilidade de ferro no organismo.