Anais do I Simpósio Internacional de Pós-graduação em Enfermagem

Introdução: Endoftalmite é uma importante complicação após procedimentos oftalmológicos. A sua magnitude é desconhecida no Brasil devido a inexistência de um sistema de vigilância epidemiológica para endoftalmite, o que dificulta a implementação de medidas para sua prevenção. Objetivo: Avaliar a implementação de um sistema de vigilância epidemiológica para endoftalmites (SIVIEPEN) após procedimentos oftalmológicos invasivos. Método: Trata-se de um estudo de caso embasado na ciência da implementação. Os procedimentos escolhidos para compor o SIVIEPEN foram a cirurgia de catarata e a injeção intravítreo de medicamentos. A população do estudo foi definida com os estabelecimentos de saúde (ES) que realizam procedimentos oftalmológicos invasivos de 458 cidades do Estado de São Paulo. O recrutamento dos ES foi realizado por meio de um evento presencial. A participação dos ES foi de forma voluntária. Para a operacionalização do SIVIEPEN foi disponibilizada uma planilha de Excel® para o envio mensal do número de procedimentos realizados e o número de endoftalmite identificadas. O período da coleta de dados foi de agosto de 2017 a julho de 2018. Resultados preliminares: Dentre os 443 ES elegíveis, 22 (20,7%) participaram do estudo. Dentre eles, nove (41%) são públicos, 7(32%) privados e 6 (27%) filantrópicos. O número de cirurgias de catarata durante o período foi em média 1.534 com o relato de nove endoftalmites; Incidência de 0,05%. O número de injeções intravítreo foi em média 513 com o relato de cinco endoftalmites; Incidência de 0,09%. As principais barreiras identificadas até o momento para a implementação do SIVIEPEN foram a ausência de banco de dados confiável para definição dos ES alvos de vigilância e a baixa adesão. Contribuições para a enfermagem: A utilização da ciência da implementação tem o potencial de aumentar o sucesso da implementação das evidências em saúde para a assistência de enfermagem ao paciente.