Anais da III Jornada Internacional Semântica e Enunciação

Esta apresentação tem por objetivo discutir de que modo as sequências discursivas possibilitam vivenciar formação e ações in loco de uma aluna de Iniciação Científica do Ensino Médio, de uma professora-pesquisadora e de dois alunos com necessidades educacionais específicas, portadores de deficiência intelectual, na experiência de inclusão nas aulas de Língua Estrangeira Moderna – Inglês. A pesquisa é desenvolvida no contexto de uma escola pública de ensino comum em nível Fundamental II e Médio da Grande São Paulo. Nas escolas públicas, emerge a necessidade de inclusão (BRASIL, 2015), posto que as matrículas dos alunos com necessidades educacionais específicas têm aumentado nos últimos anos. A discussão abordará a Teoria Sócio-Histórico-Cultural estudada por pesquisadores como Vygotsky (1934/1991) e Leontiev (1979/2009), cujas premissas são a formação e trabalho coletivo para o desenvolvimento social e intelectual de cada um dos participantes. Fidalgo e Magalhães (2017) argumentam que o contexto escolar cria possibilidades para vivências de formação a seus participantes para se apropriem de uma linguagem menos excludente, ao discutirem as necessidades educacionais específicas observadas em contextos de formação. Nessa direção, a Pesquisa Crítica de Colaboração (MAGALHÃES, 2011) organiza estudos em que se enfatiza a busca pela práxis, conhecimento não separável da prática, e formação in loco. Por meio da discussão entre os participantes, esse processo organizativo de pesquisa propicia confrontação da realidade em contextos estudados, em relação a participar e não participar, incluir e excluir e como formar. Nesse modo de ver, a linguagem é primordial para demonstrar, discutir e compreender o que é necessário para uma formação pautada na compreensão dos discursos presentes no contexto. Os dados foram produzidos em uma das reuniões semanais para preparar ações de inclusão e coletados por meio de uma câmera de filmagem. Para as análises,   o conteúdo temático (BRONCKART, 1997) é proposto para estudar o discurso por meio das configurações contextuais, relações entre os participantes e formas das interações. Nesse modo de analisar, destacam-se as sequências discursivas para compreender como os participantes dialogam e articulam suas falas em relação ao tema tratado ao narrarem, descreverem, argumentarem e explicarem suas ações. Como resultados esperados, esta pesquisa traz ao debate as possibilidades de inclusão por meio da formação inicial e contínua em contexto de escola pública, a partir da disciplina LEM-Inglês. Porém, o diferencial deste estudo é a possibilidade de envolver uma aluna de Ensino Médio como formanda e futura formadora de professores para trabalhar com a inclusão.