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Repensando a avaliação de memória operacional em crianças como prática da Terapia Cognitivo-Comportamental.
Adriana Melchiades
Universidade de Brasília
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Empatia: Avaliação de Um Programa para Estudantes de PsicologiaA memória operacional vem sendo amplamente estudada por cientistas e profissionais atuando em campos relacionados às Neurociências Cognitivas, tendo amplo desdobramento para as áreas aplicadas. Sabe-se que está intimamente relacionada à capacidade de um indivíduo interagir com o ambiente, identificar e selecionar estímulos prioritários e traçar um plano de ação em relação a estes estímulos. Recorrentemente, psicoterapeutas cognitivo-comportamentais focam-se em aspectos de humor e ansiedade desde início do tratamento de uma criança. Entretanto, a observação de aspectos cognitivos mais sutis, como o perfil funcional da memória operacional, nem sempre é uma prioridade. O presente trabalho foi realizado em uma escola, com crianças entre 8 e 12 anos, de ambos os sexos, tendo por objetivo relacionar o funcionamento da memória operacional dos participantes e sua habilidade em identificar faces expressando emoções. É sabido que crianças com transtornos de humor e ansiedade frequentemente têm prejuízo na identificação de emoções em face. Assim, o presente estudo buscou relacionar o perfil cognitivo atual das crianças com indícios indicativos de possíveis déficits em seu humor e ansiedade. Os resultados sugerem uma forte relação entre o funcionamento da memória operacional e a habilidade de reconhecer estímulos emocionais no ambiente. Ao manipular-se a carga na memória de trabalho, percebeu-se que as crianças apresentaram um aumento no tempo de resposta na condição de carga alta. Entretanto, supreendentemente, também se saíram melhor no reconhecimento de emoções, com exceção da emoção surpresa, única reconhecida mais acertadamente quando houve menor sobrecarga na memória operacional. Estes resultados apontam para o fato de que o uso e o treino da memória operacional podem beneficiar a prática da terapia cognitivo comportamental. Não apenas porque uma boa habilidade na memória operacional pode facilitar processos como a psicoeducação, flexibilidade mental e automonitoramento, técnicas amplamente usadas nessa abordagem. Mas também, um melhor desempenho em memória operacional pode beneficiar o reconhecimento de estímulos ambientais emocionais, o que constitui a base para o tratamento de transtornos de humor e ansiedade, por exemplo.
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