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Acompanhe as principais atualizações e discussões sobre os trabalhos publicados em JISE 2021!

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Márcio J. Silva respondeu o tópico "Olá Márcio, boa tarde!"

Publicação: ANÁLISE DO DISCURSO DE MORTE E VIDA SEVERINA: A ARGUMENTAÇÃO COM COISAS DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO, O POETA DA RAZÃO?

Achei muito interessante vc propor, pela Análise de Discurso, compreender o “racionalismo” em João Cabral de Mello Neto, como funcionamento discursivo, posição ideológica na língua, fugindo às classificações dadas de antemão, como colocá-lo pela crítica como um poeta da razão. O importante seria desconstruir esse percurso taxionômico/classificatório/nomenclaturas e compreender o seu percurso de produção poética, significando as posições teórico-ideológicas que lá se colocam, o escritor.

 

O Racionalismo, enquanto um lugar epistemológico, ou seja, um lugar de construção do conhecimento, supõe que o conhecimento é adquirido pela Razão, explicitando o célebre lema cartesiano Penso. Logo, sou..., em que o sujeito constrói-se como esse EU, que é porque pensa. Nesse contexto, a lógica constitui a trama do pensamento e do bem falar através de uma gramática lógica e normativa.

 

Esses sentidos, enquanto posição ideológica do sujeito escritor, são interessantes quando comparecem na poesia. A minha pergunta é, de que modo eles comparecem na poesia de Cabral de Melo?

 

Então vc trata de uma linguagem que foge à realidade, construindo em Cabral de Melo Neto um real outro. Sugiro vc lidar com a noção de contradição, conforme Pêcheux, em que um enunciado pode significar diferentemente, em relação à posição racionalista, por exemplo.

 

Vc faz uma leitura interessantíssima, mostrando o funcionamento de um não-racionalismo em Cabral. Sugiro apenas vc operar com o dispositivo teórico da Análise de Discurso no que concerne à posição ideológica e à posição-sujeito.

 

Essas noções aproximam a teoria e a materialidade do texto. Aliás, se o drama é uma paráfrase em relação às narrativas do Evangelho, acredito que esse ponto poderia ser melhor explorado, até para dizer o que em Cabral repete do texto sagrado, e o que produz de diferente. O funcionamento do Interdiscurso pelo já-dito. Essas redundâncias analíticas são fundamentais, num trabalho de linguagem.

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Katia Melo respondeu o tópico "Olá kátia, boa tarde!"

Publicação: A CONSTRUÇÃO POÉTICA DO AMOR EM DRUMMOND “O Mito” e “Caso do vestido” na sala de aula

Assisti ao vídeo e gostei muito!

Parabéns!!!

Na verdade, falamos sobre poesia de lugares teóricos distintos... o que aponta para aproximações e/ou distanciamentos, entre nossas produções.

 

Consideramos que os alunos tem, de alguma forma, o hábito de leitura... o fato é que eles não priorizam ler os textos literários, as poesias de nossa tradição, cabendo ao professor, em sala de aula, dar-lhes a conhecer esse fascinante repertório poético.

 

Como fazê-lo de modo prazeroso, acolhedor, em relação a Drummond, por exemplo, através de poemas como O Mito e O Caso do Vestido...?

 

Para mim, pensar a construção poética do amor, considerando as relações entre homem/mulher em nossa sociedade, conforme tão bem analisado no trabalho, impõe trazer a noção de história, pela perspectiva da Análise de Discurso, conforme Michel Pêcheux, considerando fundamentalmente a relação entre o escritor e as condições de produção que o determinam.

Ou seja, no que concerne à sua produção poética, a escolha lexical, o campo semântico que institui, as derivas significantes... advém como posição ideológica, determinação histórica em relação àquele que escreve (ao escritor)... significando assim... certamente, na maioria das vezes, uma construção poética para além das intenções.