INICIATIVAS DA SOCIEDADE E COMUNIDADES NO APOIO SOCIAL A GRUPOS VULNERÁVEIS NO TERRITÓRIO: PAPEL DA ESF NA PANDEMIA

Vol. 2, 2023 - 180750
Relato de Pesquisa
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Resumo

Apresentação/Introdução A conjuntura pandêmica tornou visível demandas sociais historicamente negligenciadas com situações de vulnerabilidade por risco de adoecimento, acentuadas pela exclusão da vida nas ruas e comunidades periféricas, aumento da violência doméstica, do uso de drogas e condições depressivas, riscos que demandam atenção à saúde e formas diferenciadas de apoio social. Tal situação exige capacidade de governos e comunidades reagirem ao represado e necessidade de ativar recursos dos sistemas de saúde e proteção social. Do primeiro, espera-se desenvolver ações de vigilância, continuidade aos cuidados em saúde e atuar nas emergências. Ao segundo, pede-se ações sociais articuladoras de princípios como integralidade e solidariedade, que apoiem a inclusão social. Partiu-se da revisão teórica sobre o apoio social, sua aplicação na realidade social e da análise de dados empíricos do estudo multidimensional “Desafios à Atenção Primária à Saúde (APS) no enfrentamento da Covid-19”. Observa-se, nos anos que antecederam à pandemia, que a abordagem comunitária, premissa da Estratégia Saúde da Família (ESF) em sua expansão, foi em parte negligenciada e fraturada por restrições ao trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e das equipes de saúde da família nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), por redução de ações de suporte aos grupos mais vulneráveis como crianças, idosos, pessoas com deficiência, e outras minorias no território. Objetivos O estudo, de forma abrangente, buscou identificar estratégias inovadoras desenvolvidas, no âmbito político local, no que diz respeito à organização dos serviços, à gestão dos serviços essenciais de saúde, à vigilância e ao cuidado da Covid-19 e conhecer as estratégias que facilitam o acesso aos serviços e ações de saúde. De forma específica, o desenho do estudo contemplou a dimensão “apoio social a grupos vulneráveis” identificada por iniciativas dos serviços de saúde, da sociedade e da comunidade na promoção de saúde, por ações comunitárias e intersetoriais no contexto da pandemia de Covid-19, em resposta às necessidades sanitária, financeira, psicológica e social da população agravadas pelas circunstâncias da pandemia e sua prevenção. Metodologia O estudo tem desenho transversal, com amostra representativa de UBSs brasileiras, em nível nacional e regional, registradas no CNES. Utilizou-se de questionário digital aplicado junto a gestores e membros de equipes de saúde por contato pessoal e envio de link após o aceite. Para a análise da dimensão apoio social gerou-se escore a partir de variáveis selecionadas e agregadas sobre atividades de apoio social e iniciativas populares no território e articulação com os movimentos sociais e estimou-se proporções de ações selecionadas e IC (95%), no Brasil e suas regiões. Resultados e discussão A pesquisa obteve adesão de mais de 95% das UBS sorteadas, sendo cerca de 90% de resposta em todas as regiões. Dentre os informantes, a maioria eram gerentes, com mais de dois anos de atividade na UBS participante, destacaram-se os enfermeiros. Ações a partir das UBS e da população mostraram-se heterogêneas entre as regiões brasileiras, sendo significativamente mais frequentes na região NE e em municípios não urbanos e de menor IDH, associando-se às ações desenvolvidas no território pelos ACS, que distribuem cestas básicas às famílias em situação de insegurança alimentar em 76% das UBS. Ao analisar o conhecimento dos profissionais de saúde das UBSs acerca da existência e integração de iniciativas da sociedade e dos serviços de saúde na promoção de saúde e no apoio social a grupos vulneráveis destacaram-se apoio à distribuição de insumos para higiene, alimentação e comunicação sobre riscos da enfermidade e de distanciamento e isolamento social; o apoio ao acesso ao cadastro único para o Bolsa Família, em que a atuação conjunta dos ACS amplia essas atividades, uma vez que identificam pessoas em situação de vulnerabilidade em 93% das UBSs a que se vinculam. Também houve o suporte à saúde emocional da população e dos profissionais de saúde em face de situações de violência. Baixo conhecimento de iniciativas populares para melhoria de distribuição de água e limpeza das ruas. Indicou reduzida articulação das UBSs com os movimentos sociais; em contrapartida, a articulação de ações com outros setores da sociedade apresentou proporções maiores, e reitera-se a visão de que o apoio social cresce nas comunidades e nas instituições que a servem (Igrejas, organizações sociais de acolhida, reforço alimentar e educacional) nas emergências sanitárias ou não, frente a ausência ou distanciamento do Estado. Conclusões/Considerações finais Identificaram-se desafios, lacunas e necessidade de novas investigações; amplificação da magnitude e escopo de ações intra/intersetoriais; fortalecimento de laços entre diferentes atores e reversão dos efeitos da pandemia que aprofundaram desigualdades e iniquidades em saúde. Apresentação/Introdução A pandemia de COVID-19 acentuou as disparidades significativas no acesso à vacinação em todo o mundo, com grupos marginalizados e países em desenvolvimento enfrentando dificuldades para obter vacinas suficientes. Nesse contexto, as organizações da sociedade civil, que atuam globalmente, desempenharam um papel crucial na defesa do direito à saúde e na busca por soluções para reduzir as iniquidades no acesso a vacina. A pandemia evidenciou a necessidade de fortalecer os sistemas de saúde globais, investir em pesquisa e desenvolvimento e garantir que haja mecanismos eficazes para a distribuição equitativa de vacinas em crises de saúde pública. Neste sentido, as lições aprendidas convocam ao fortalecimento da resiliência dos sistemas de saúde e a capacidade de resposta global à futuras emergências. Objetivos O estudo visa analisar as ações de advocacy das organizações da sociedade civil de interesse público, que atuam no cenário global no enfrentamento das iniquidades no acesso à vacina contra COVID-19, para compreender suas estratégias, contribuições e resultados alcançados. As disparidades no acesso à vacinação durante a pandemia de COVID-19 têm implicações significativas para a Saúde Global, ameaçando a segurança global, aumentando as desigualdades e destacando a importância da cooperação internacional e do papel das organizações da sociedade civil na busca por soluções equitativas.

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Eixo Temático
  • CT 04 - Comunidade, família, vulnerabilidades e tecnologia social