Identificar e analisar como a comunidade universitária tem se posicionado diante de enunciados que retratam o fenômeno da deficiência tem sido objeto de investigação desta pesquisa. Aplicou-se a Escala Concepções de Deficiência (ECD) num universo de 252 professores universitários, de diferentes cursos provenientes das três grandes áreas do saber – biológicas, exatas e humanas. Os achados apontam que o olhar da maioria dos respondentes evidenciou uma concepção social e/ou cultural para compreender a deficiência. Isso pode ser considerado como positivo, quando se pensa que o modo como o sujeito se apropria de determinado conhecimento implica em grande medida na maneira de lidar com o fenômeno. No entanto marcas metafísicas ou estritamente biológicas foram atribuídas como causais da deficiência. Portanto, a Psicologia muito pode contribuir para que a inclusão de pessoas com deficiência nas mais variadas instâncias sociais ocorra mais acentuadamente e de maneira mais respeitosa e digna, buscando ofertar ações que visem à eliminação do preconceito e o reconhecimento à diversidade humana. Discutir criticamente a concepção de deficiência demarcada dentro de um contexto histórico-cultural é essencial, pois o fato de um organismo apresentar diferenças anatômicas, comportamentais e/ou funcionais não deve entendida para que a sociedade o desqualifique ou restrinja a sua participação nos mais diversos contextos.