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Acidez de zeólitos na presença de água: RMN de 31P da molécula-sonda TMPO
Mariana Veiga Rodrigues
Grupo de Peneiras Moleculares Micro e Mesoporosas, Instituto de Química, UNICAMP - Rua Monteiro Lobato, 270 - Cidade Universitária - Campinas - SP - Brasil
Agora você poderia compartilhar comigo suas dúvidas, observações e parabenizações
Crie um tópicoOs zeólitos são catalisadores sólidos muito aplicados em reações químicas. As reações onde a biomassa está envolvida são frequentemente realizadas em fase líquida, usando água como solvente. Entretanto, a acidez dos zeólitos é habitualmente caracterizada em fase gás em amostras desidratadas. Neste cenário, a falta de caracterizações de acidez em fase líquida ou na presença de água situações é evidente. Assim sendo, nesse trabalho duas estruturas zeolíticas BEA e MFI foram submetidas à caracterização de sítios ácidos utilizando o óxido de trimetilfosfina (TMPO) como molécula-sonda monitorada por RMN de 31P, na presença de moléculas de água adsorvida. Ambas as estruturas apresentaram comportamentos distintos de acidez na presença de moléculas de água. Os zeólitos beta exibiram uma concentração maior de sítios ácidos fortes, em comparação com o material desidratado. Já os zeólitos ZSM-5, demonstraram uma diminuição tanto na concentração como na força dos sítios ácidos quando na presença de moléculas de água adsorvidas. Com o perfil ácido desses materiais hidratados, a escolha de catalisadores mais adequados para as reações envolvendo a biomassa se torna mais instruída.
Glaucio José Gomes
Olá, maravilhoso trabalho realizado pelo grupo da Heloise. Realmente é complicado caracterizar a acidez em fase gás e usar materiais zeolíticos em fase condensada, uma vez que a maioria das reações envolvendo a conversão de biomassa ocorre em meio líquido. Lendo o trabalho poderia afirma que é desejado dessa forma o uso de estruturas zeolíticas com alta razão Si/Al devido ao efeito da hidrofobicidade para conversão de biomassa.
Curiosidade: Uma determinada estrutura zeolítica com alta densidade de sítios ácidos porém contendo uma grande distância entre os sítios ácidos poderia ter o mesmo efeito observado no trabalho de vocês ou esse efeito é independente da distância e localização dos sítios ativos.
Vocês tem algum artigo publicado que faz referência a essa forma de medir acidez em meio condensado.
Desde já agradeço a atenção,
Glaucio
Cristina Quitete
Muito bom o seu trabalho. Você conseguiu correlacionar com acidez da zeólita medida em outros métodos ?
Mariana Veiga Rodrigues
Boa tarde Cristina. Muito obrigada! Conseguimos sim fazer algumas correlações com outras técnicas de acidez. Alguns resultados interessantes que ainda precisamos finalizar. Qualquer dúvida, estou a disposição! Mariana
Tiago Lima Coelho
Primeiramente, parabéns pelo trabalho, que é bastante interessante.
A minha pergunta está relacionada a natureza do sítio ácido: vocês tem alguma informação acerca dos sítios de Lewis na presença da água? Isso faz parte do escopo do projeto?
Pelo seus experimentos, em algumas amostras houve um aumento de sítios de Bronsted quando a amostra foi hidratada. O que acontece com os sítios de Lewis, por exemplo, nesse mesmo cenário? Foi realizado algum experimento que possa sugerir algo nesse sentido?
Mariana Veiga Rodrigues
Boa tarde Thiago, muito obrigada. Nesse caso não obtivemos informações sobre os sítios ácidos de Lewis, já que o TMPO é uma molécula sonda mais indicada para sítios ácidos de Bronsted mesmo, mas claro que é algo a se avaliar. Qualquer dúvida, estou a disposição!
Marcelo Pereira Brasil
Olá Mariana, parabéns pelo trabalho apresentado. Você já viu a aplicação dessa técnica ou já aplicou a mesma utilizando outros óxidos ácidos?
Mariana Veiga Rodrigues
Oi Marcelo, boa tarde, muito obrigada! Nós focamos apenas nas zeólitas, mas na literatura já é possível ver a aplicação dessa técnica em alguns óxidos como nióbio. Qualquer dúvida, estou a disposição! Mariana
Natalia de Jesus da Costa
Olá Mariana, parabéns pelo excelente trabalho! Quais serão os próximos passos deste trabalho? Quais técnicas pretende utilizar? Acho interessante entender como a água está interagindo com esses sítios para explicar as variações observadas.
Mariana Veiga Rodrigues
Bom dia Natalia, muito obrigada! Com certeza é de suma importância entender como a água está interagindo com os sítios ácidos para termos esse efeito, temos algumas pistas na literatura de onde podemos ir, mas ainda estamos avaliando as melhores técnicas para chegarmos nessa interação, é um pouco mais complicado a partir daqui. Agradeço, qualquer outra dúvida, estou a disposição. Mariana
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Mariana Veiga Rodrigues
Bom dia Glaucio,
Muito obrigada pela sua questão e o elogio ao trabalho. Quanto a sua curiosidade: Em zeólitos clássicos, por causa do espaço confinado dos microporos e canais zeolíticos, quanto maior a densidade de sítios menor a distância entre eles. Talvez, numa situação com zeólitos de poros largos, se isso for possível, possa ocorrer, mas mesmo assim, o que percebemos é que realmente o que influencia nesse efeito da água nos zeólitos é o tamanho da cavidade do material, onde seja possível a formação de clusters de água. Se a cavidade for pequena para essa formação, acabamos com uma diminuição de sítios ácidos, já que prevalece um efeito estérico, onde a água impede o acesso aos sítios disponíveis.
Assim, o aumento da concentração dos sítios ácidos ou a diminuição na presença de água não parece estar conectada ao número de sítios ácidos ou a distância entre eles, não temos nenhuma confirmação disso, mas com certeza o tamanho da cavidade é essencial.
Quanto a publicação, esperamos que em breve esse artigo esteja disponível.
Agradeço a sua questão,
Qualquer dúvida, estou a disposição.
Muito obrigada, Mariana.
Christian Wittee Lopes
Olá Mariana, parabéns pelo trabalho, muito legal. Pode existir alguma contribuição do alumínio extra-rede nesses dados de acidez (alguma daquelas espécies na deconvolução)? Pergunto porque em MOFs é possível detectar tanto sítios de Bronsted como sítios de Lewis em deslocamentos químicos próximos utilizando RMN de 31P com TMPO como molécula sonda. Em algumas zeolysts a contribuição do alumínio octaédrico é significativa na Si/Al total. Novamente, parabéns pelo trabalho!
Mariana Veiga Rodrigues
Olá Christian,
Tudo bem? Que bom que gostou do trabalho. Então, não detectamos nenhum deslocamento químico referente a sítios ácidos de Lewis, mas também sabemos que o TMPO é uma molécula sonda mais qualitativa para sítios ácidos de Brønsted, para detectar melhor os sítios ácidos de Lewis, seria mais indicada a TMP como molécula sonda. Esses zeólitos também apresentam baixo teor de Al extra-rede, em torno de 3-7 % para a amostras beta e entre 1-3 % para as amostras ZSM-5. Agradeço seu comentário, muito obrigada, qualquer dúvida, estou a disposição. Mariana
Christian Wittee Lopes
Olá Mariana, tudo bem também. Obrigado pela resposta, bom ver trabalhos de caracterização com esse nível de detalhe por aqui!
José Lucas Vieira
Olá Mariana, tudo bem?
Primeiramente gostaria de parabenizar pelo trabalho realizado, muito interessante! De fato, o grande desafio para nós que realizamos catálise heterogênea em fase aquosa é quantificar com acurácia a concentração, tipo e força dos sítios nesse solvente. A minha pergunta é relativa à metodologia de deconvolução das bandas, se foi automática ou manual, e qual o software utilizado.
Desde já, muito obrigado!
José Lucas.
Mariana Veiga Rodrigues
Olá José Lucas, tudo bem e contigo? Muito obrigada. Realmente, é um desafio as medidas de acidez em presença de solventes, esperamos que o nosso trabalho ajude um pouco nesse quebra-cabeça, Então, para deconvoluir os espectros de RMN foi utilizado o programa dmfit, um software para tratamento de RMN em estado sólido, esse programa ajuda bastante na deconvolução. Desde já agradeço, qualquer coisa estou à disposição. Mariana
José Lucas Vieira
Muito legal, Mariana! Aqui no nosso grupo sempre estamos fazendo deconvoluções e é sempre importante nos informarmos sobre como nossos colegas catalistas fazem tal procedimento. Muito obrigado mais uma vez. José Lucas.