Anais do VI Congresso Nacional de Grupos PET Engenharia Civil

O cenário do mercado de trabalho brasileiro sofreu grandes transformações
nos últimos anos e tem buscado alunos recém-formados cada vez mais
preparados e com múltiplas formações. Partindo disto, as universidades têm se
preocupado em proporcionar uma formação ampla se baseando no ensino,
pesquisa e extensão durante o processo de formação discente. Dentre esses, a
extensão possibilita ao discente ultrapassar o espaço físico universitário a fim
de promover soluções para os problemas da sociedade através da prática do
ensino e da pesquisa, segundo SOUSA (2000). Partindo do princípio da
importância da extensão, o PET Civil - UFSCar, que possui foco no mesmo
tripé, idealizou o projeto TransformaCiv.
O TransformaCiv busca ampliar o contato com a sociedade são-carlense
beneficiando a comunidade externa à universidade através dos projetos de
transformação do espaço físico, onde o mesmo é realizado pelos membros do
grupo PET. Através deste projeto, há uma inserção do discente do curso de
engenharia civil à sua área de atuação, podendo exercer os conceitos
adquiridos pelo curso – ensino e pesquisa – e se propor à sensibilização e
envolvimento para a intervenção nos problemas da sociedade – extensão.
No segundo semestre de 2017, surgiu ao TransformaCiv a demanda de um
projeto de jardim sensorial para a Unidade Saúde Escola – USE da
Universidade Federal de São Carlos.
A USE é uma Unidade Acadêmica Multidisciplinar e possui a missão de formar
pessoas por meio da assistência interprofissional em saúde, priorizando a
humanização e integralidade do cuidado, articulada com a rede de saúde. Já
um jardim sensorial refere-se a um espaço terapêutico e de inclusão social que
proporciona a estimulação sensorial e treino de mobilidade funcional e
equilíbrio. O usuário do jardim aprende a ultrapassar barreiras arquitetônicas
que simulam a condição real de vida e desenvolvem os sentidos (visão, tato,
audição, olfato e paladar) de pessoas com sensibilidades de diversas origens,
procurando reavivar a percepção adormecida ou perdida através desses
elementos.
O espaço que foi destinado para a construção do jardim sensorial na USE está
em desuso por não ter condições adequadas e nem a função de um jardim
sensorial. Função essa definida por Leão (2007) e Sensory Trust (2009) como
atingir os cinco sentidos do ser humano proporcionando sensações agradáveis
e fornecer recursos que vão desde a educação até a recreação. Além disso,
segundo Hazen (2010), jardins sensoriais possuem função terapêutica,
sobretudo para com portadores de deficiências, por obter um contato direto e
seguro com a natureza contribuindo com o bem-estar físico e emocional do
indivíduo, permitindo conversas, reflexões e afins.
Assim, o objetivo da segunda edição do TransformaCiv foi realizar a concepção
de projeto de um jardim sensorial funcional para a USE e efetivamente entregálo com detalhamento de materiais necessário, análise orçamentária e maquete
digital, a fim de que, a partir disso, fossem realizadas negociações com
patrocinadores para a real execução do projeto.