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Introdução ao Estudo dos Modos de Representação da AIDS no Documentário Queer: dos anos 1980 aos anos 1990

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O New Queer Cinema nasce nos Estados Unidos no final da década de 1980 devido a diversos fatores, mas dois em especial foram críticos para essa virada na produção queer estadunidense: a crise da AIDS e as câmeras digitais portáteis. O movimento queer já estava consolidado, tendo passado pela gay liberation (liberação gay) nas décadas de 1970 e 1980, e a chegada da HIV/AIDS foi, de início, um grande baque para a comunidade queer. Em resposta ao descaso das empresas farmacêuticas e do governo americano que se mostrava cada vez mais conservador sob o comando de Ronald Reagan, foram formados coletivos como a ACT UP, e o vídeo foi uma das linguagens que eles encontraram para publicizar, a partir de seu ponto de vista, a situação que a comunidade queer estava passando, chamar a população para a ação direta, educar quanto às especificidades da síndrome, recusando sensos comuns e, por fim, retirar a responsabilidade dos afetados. No mesmo caminho, alguns cineastas viram no documentário uma oportunidade de propagar imagens de gays soropositivos destoantes das que eram veiculadas pela grande mídia, seja através da subversão de valores americanos, ou pela sua recusa total.