88711

Preparo da Pele na Prevenção de Infecção Sitio Cirúrgico: Pesquisa Documental

Favoritar este trabalho

Introdução: Considerada uma das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde mais frequente mundialmente, as Infecções de Sitio Cirúrgico são complicações passiveis de prevenção. O Guideline do Centers for Diseases Control and Prevention estabelece orientações para a prevenção destas infecções, sendo importante instrumento para a prática do enfermeiro perioperatório. Objetivo: Comparar as recomendações de preparo da pele do paciente cirúrgico nas versões de 1999 e de 2017do Guideline do Centers for Diseases Control and Prevention para prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico. Métodos: Pesquisa exploratória descritiva, tipo análise documental, com a seguinte pergunta de pesquisa: o que mudou sobre o preparo da pele para prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico nas versões de 1999 e de 2017 do Guideline do Centers for Diseases Control and Prevention? Foram realizadas as seguintes etapas: delimitação dos tópicos de preparo da pele (banho pré-operatório, tricotomia, degermação/antissepsia), comparação das orientações dos Guidelines e apresentação dos resultados, identificando as modificações ocorridas. Resultados: Em relação às recomendações do banho pré-operatório, a versão de 1999 indica como melhor solução antisséptica a clorexidina e recomenda banhos repetidos, sem indicar o melhor momento para sua realização. Não havia evidências científicas para respaldar tal recomendação. Na versão de 2017, o sabão antimicrobiano, sabão comum ou agente antisséptico são recomendados para higiene corporal, com nível de evidencia moderada (IB- Forte). Recomenda que o banho deva ser feito na noite anterior à cirurgia, porem sem nível de evidencia que suporte esta orientação. O nível de evidencia quanto ao número de banhos e utilização de toalhas umedecidas com clorexidina não foi estabelecido. Em 1999, era orientado que não se fizesse tricotomia pré-operatória, somente se estritamente necessário e imediatamente antes da cirurgia. Trazia como alternativa a técnica de aparar os pelos e citava a utilização de depilatórios e laminas. Não definia produto ou equipamento para a técnica. Em 2017, a recomendação permanece não tricotomizar e, quando absolutamente necessária, que seja realizada através de tricótomo (nível de evidencia moderada). Quanto à degermação/antissepsia cirúrgica, a versão de 1999 cita as soluções mais utilizadas, sem estabelecer a mais efetiva. Recomendava-se higienizar em círculos concêntricos, começando da área da incisão proposta, usando o mesmo antisséptico na degermação e demais passos. Na versão de 2017, a solução antisséptica recomendada são aquelas à base de álcool (quando não contraindicado), com nível de evidencia de baixo a moderado. Nesta última versão não há descrição de técnica, tempo de realização e utilização, ou não, de diferentes soluções durante a técnica. Conclusão: Houve mudanças da versão de 1999 para 2017. Algumas orientações permanecem sem evidências científicas, necessitando de mais estudos. Há descrição de algumas técnicas numa versão enquanto na outra não há, permanecendo a indefinição. Conclui-se que ainda há a necessidade de realização de mais estudos para estabelecer recomendações de condutas e rotinas com embasamento cientifico que contribuam de forma preventiva, garantindo assim um atendimento mais seguro e de qualidade.