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Introdução: A segurança do paciente corresponde à redução, ao mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde. O cuidado seguro, por sua vez, resulta de ações dos profissionais de saúde, além da efetivação de processos adequados e de políticas governamentais regulatórias. Neste contexto, destaca-se o ambiente do centro cirúrgico (CC), em razão de sua complexidade e abrangência de diferentes profissionais. Enquanto isso, a infecção em sítio cirúrgico (ISC) consiste no processo infeccioso que acomete tecido, órgãos e cavidade abordados em procedimento cirúrgico, consistindo em um indicador negativo de qualidade assistencial e, consequentemente, sendo contrária à segurança do paciente. Objetivo: Analisar a ocorrência e prevalência de ISC’s em pacientes submetidas a parto operatório (PO) em um Hospital-escola, no período compreendido entre os meses de janeiro e dezembro de 2017. Método: Trata-se de um estudo retrospectivo, quantitativo, constituído por dados consolidados pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) institucional. As informação aqui apresentadas são referentes a pacientes internas na clínica obstétrica e no alojamento conjunto de um Hospital-escola, localizado no município de Maceió/AL. As referidas pacientes foram acompanhadas até o momento de sua alta ou óbito, no período de janeiro a dezembro de 2017. Para tanto, respeitaram-se as medidas de prevenção e controle de infecção recomendadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resultados: Avaliaram-se 14.874 pacientes que foram assistidas em clínica obstétrica e alojamento conjunto de um Hospital-escola, tendo sido compreendidos, portanto, os períodos de pré e pós-parto da população deste estudo. Desta população, 1.033 pacientes submeteram-se a parto operatório, tendo sido notificada ISC em 19 mulheres, o que representa taxa de infecção de 1,83%. Em se ratando das topografias prevalentes das ISC’s, estas consistiram em: incisional profunda, incisional superficial e de órgão/ cavidade, de acordo com as definições da ANVISA. No que concerne ao agente Gram negativo prevalente nas culturas de ferida cirúrgica da população em análise, este consistiu em Pseudomonas aeroginosa, seguido de Klebsiella pneumoniae. Enquanto isso, o agente Gram positivo prevalente consistiu em Staphylococcus aureus. Conclusões: Compreende-se, através do presente estudo, que a taxa de infecção identificada sugere a adoção de medidas preventivas, de modo a se atender aos princípios de cirurgia segura, perpassando o peri-operatório. Quanto aos agentes etiológicos identificados, reconhece-se a prevalência de Staphylococcus aureus, neste cenário de infecção hospitalar. Em se tratando da inserção da enfermagem na problemática da ISC, reconhecem-se os desafios enfrentados por profissionais inseridos nesta categoria. Estes encontram-se envolvidos com a assistência em saúde, devendo os procedimentos invasivos, com os quais se envolvem direta e indiretamente, serem revestidos de segurança. Nesta perspectiva, amplia-se a dimensão do cuidado de enfermagem para além do tratamento, de modo a serem adotadas medidas que atendam à preconização de uma cirurgia revestida de segurança ao paciente assistido.