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Introdução: Os Resíduos de Serviços de Saúde-RSS têm sido uma fonte de preocupação para os gestores de saúde no terceiro milênio, onde os modelos de gestão devem estar pautados na responsabilidade ambiental e social para o desenvolvimento econômico, através de práticas sustentáveis. Os RSS são classificados em: A-Infectante, B-Químico, C-radioativo, D-Comum e E-Perfuro cortante, os resíduos do grupo B-Químico quando não gerenciado corretamente pode colocar em risco os pacientes, trabalhadores de saúde e meio ambiente.Objetivo: Mapear o gerenciamento de resíduos químicos do centro cirúrgico e propor uma estratégia de gerenciamento sustentável que atenda a legislação nacional. Método: Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva, de abordagem quantitativa na modalidade de estudo de caso. O local foi o Centro Cirúrgico de um Hospital terciário na cidade de São Paulo. A amostra foi de 1120 cirurgias estratificadas nas diversas especialidades. Os resíduos foram pesados por 82 dias. Mapeou-se o processo dos RSS identificaram-se os executores, desenhou-se os fluxogramas, levantamentou-se a quantidade e os custos dos materiais utilizados para o grupo B-químico da RDC 306/04.Resultados: O mapeamento dos produtos químicos do centro cirúrgico iniciou-se pela farmácia que mapeou os medicamentos que se enquadravam na RDC 306/04 e os de controle especial da portaria do Ministério da Saúde 344/98, e a equipe do centro cirúrgico mapeou os produtos químicos em uso, dividiram-se em três subprocessos sendo o primeiro reveladores e fixadores de RX, os segundo os saniantes utilizados na limpeza e o terceiro grupo foram os medicamentos. Na proposição da estratégia de gerenciamento tivemos duas reuniões com a equipe médica de anestesia e serviço de higiene. Foram realizados treinamentos individualizados por equipes com fotos e demonstração prática da nova estratégia. Para implementação o grupo dos reveladores e fixadores de RX ficou estabelecido à logística reversa, para o grupo dos medicamentos ações baseada na rotina já existente das enfermeiras de conferência dos psicotrópicos e entorpecentes que compõem o kit de anestesia, estes medicamentos se enquadram na portaria 344/98 e independente do volume residual no frasco é considerado resíduo químico, optamos por centralizar o coletor laranja recomendado para resíduos químicos na sala onde fica armazenado o kit de anestesia para redução de custos, assim durante a cirurgia o anestesista não descarta nenhum frascos utilizado, ao término o enfermeiro confere e classifica os medicamentos utilizados, os perfuro cortante já são descartado no descarpax® de cada sala de operação e os do grupo B são encaminhados para o coletor químico, a sobra de medicação na seringa procede-se do mesmo jeito. Para os imunossupressores, digitálicos, antirretrovirais e antimicrobianos são considerados resíduos químicos quando tem volume residual no frasco. Para o grupo dos saniantes implantou-se a reciclagem de plásticos dos frascos vazios após a tríplice lavagem com água corrente. Os produtos químicos mapeado foram formol, ácido peracético, fixador de canoy, liquido de Boian, benzina, benjoin, acetona, digliconato de clorexidine e iodopolividona-PVPI que são gerenciados como resíduos químicos em todo o processo. Conclusão: Através do mapeamento visualizamos as necessidades de adequação à legislação, sendo possível remodelar os processos, a estratégia adotada mostrou-se adequada e passível de ser replicada em outros serviços, uma vez que atende integralmente a legislação nacional e os princípios de sustentabilidade.