88178

Elaboração do protocolo de segurança do manejo da sede da criança cirúrgica

Favoritar este trabalho

Introdução: A sede é um sintoma prevalente e intenso no pós-operatório imediato (POI) da criança. A inexistência de protocolos que avaliem a segurança para administrar métodos de alívio da sede neste período resulta na manutenção excessiva e desnecessária do jejum, corroborando com a presença e intensidade deste sintoma. Desta forma, não se avalia a individualidade de cada criança e o líquido é liberado nas primeiras três horas de pós-operatório para a maioria dos pacientes infantis(1). Objetivo: Elaborar o Protocolo de Segurança para o Manejo da Sede da Criança no pós-operatório imediato. Método: Pesquisa metodológica, quantitativa, realizada de julho a novembro de 2017. Seguiu-se o modelo preconizado por Pasquali (1999)(2) para construção de instrumentos de mensuração, com adaptações pertinentes para a elaboração de um protocolo que pressupõe a tomada de decisão. Este trabalho descreve os procedimentos teóricos propostos pelo autor, onde é preciso estabelecer a dimensionalidade do construto, definir constitutiva e operacionalmente o mesmo, operacionalizá-lo em tarefas comportamentais e realizar análise teórica e semântica. Foram respeitados os aspectos éticos, com aprovação pelo Comitê de Ética CAAE: 29069414.5.0000.5231. Resultados: Estabeleceu-se a segurança no manejo da sede da criança em POI como o construto cuja mensuração é objeto do estudo. O protocolo foi elaborado para crianças com idade entre 03 e 12 anos que não apresentam restrição para receber líquido via oral no POI e não apresentam dificuldade de comunicação. Realizou-se extensa revisão de literatura nas bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), PubMed, e The Cochrane Library; e entrevista a 18 especialistas, sendo 11 anestesiologistas; 3 enfermeiras, 1 médico intensivista pediátrico; 1 fonoaudióloga e 2 fisioterapeutas. O número maior de profissionais anestesiologistas foi intencional, uma vez que atualmente, é o profissional responsável pela liberação do líquido via oral no período de recuperação da anestesia. Os especialistas responderam a um roteiro com questões norteadoras elaboradas pela pesquisadora, com o objetivo de elencar os critérios essenciais na avaliação da criança, considerando a segurança para administrar líquido via oral no período de recuperação da anestesia. Adicionalmente, a pesquisadora realizou um período de observação da recuperação anestésica da criança devido à escassez de critérios encontrados na literatura. O protocolo final é constituído por cinco critérios de avaliação: nível de consciência; movimentação; proteção de vias áreas; padrão respiratório, náusea e vômito, agrupados em um algoritmo gráfico de fácil entendimento. Foram descritos os procedimentos operacionais para cada conjunto de itens do protocolo, representando as ações que o enfermeiro deve realizar, de maneira padronizada. Elaborou-se o manual operacional onde é apresentada a fundamentação teórica sobre cada critério de avaliação determinado. A análise dos especialistas e dos grupos em relação à análise semântica apontou que o protocolo é de fácil compreensão. Conclusões: O protocolo de segurança foi elaborado visando subsidiar as ações de enfermagem no manejo da sede da criança no POI.