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Introdução: Dentre os 18 módulos que constituem o currículo integrado de enfermagem de uma universidade pública no norte do Paraná, o estágio supervisionado profissionalizante, também denominado internato de enfermagem, merece destaque por se tratar de uma ferramenta imprescindível na capacitação discente¹. O internato em enfermagem foi criado em 1992, porém, sua implantação atendendo às Diretrizes Curriculares estabelecidas pelo Conselho Nacional da Educação e pelo Projeto Pedagógico do curso, ocorreu em 1995, substituindo a disciplina de administração em enfermagem². Na instituição em questão, o internato ocorre em parceria com os serviços de saúde e tem duração de seis meses, sendo três destes na área hospitalar e três meses em saúde coletiva nas Unidades Básicas de Saúde, totalizando 20% do total de carga horária do curso de graduação³. Objetivo: Relatar as experiências sobre a vivência do internato no centro cirúrgico e sua contribuição para o ingresso na residência em enfermagem perioperatória. Método: Trata-se de uma apresentação descritiva, do tipo relato de experiência de três egressas que atuaram durante o internato da área hospitalar por três meses no centro cirúrgico de um hospital universitário e que atualmente atuam como residentes na área perioperatória. Resultados: O internato nos proporciona uma visão geral sobre a assistência à saúde, permitindo a união entre os conhecimentos teóricos e práticos adquiridos durante o curso. Foram desenvolvidas atividades de planejamento, liderança, organização, assistência e treinamentos de educação em saúde com a equipe, sempre com supervisão diária dos enfermeiros do setor e semanalmente de professores orientadores. Além de atingir desempenhos e habilidades propostas para o internato no âmbito da gerência dos serviços de enfermagem, adquirimos experiências e conhecimentos específicos da área como: montagem e circulação de sala operatória, check-list para cirurgia segura, instrumentação cirúrgica de pequeno, médio e grande porte, realização da degermação do sítio cirúrgico, promoção do posicionamento cirúrgico com a utilização de coxins, cuidados no pós-operatório imediato, entre outros. Como atividades comuns a todas às áreas, era possível a realização do cateterismo vesical de demora, punções, administração de medicações, e outros. Além de a carga horária semanal ser voltada para o campo de internato, era reservado um dia da semana para os encontros teóricos e discussão dos temas chaves da disciplina e objetivos a serem alcançados. Também podíamos trocar experiências e comparar as diferentes realidades dos serviços de saúde onde atuavam os outros internos da turma. Conclusão: A oportunidade de desenvolver as habilidades de autonomia e liderança dentro do campo de internato, no centro cirúrgico, tornaram-se subsídios para o início da vida profissional, sendo importante no processo de decisão sobre qual área seguir na residência, reafirmando a afinidade das egressas pela área perioperatória. O internato em enfermagem também favoreceu o desenvolvimento de habilidades técnicas e de rotinas, que são considerados facilitadores no processo de adaptação da residência, tanto pelas egressas, quanto pela equipe perioperatória.