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EDUCAÇÃO EM SAÚDE BASEADA NO AUTOGERENCIAMENTO: CONSTRUÇAO E VALIDAÇÃO DE VÍDEO EDUCATIVO

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INTRODUÇÃO: O autogerenciamento (self-management) é um conceito que compreende a construção de habilidades que capacitam o paciente, ou o cuidador, para a tomada de decisão sob diferentes aspectos do processo de adoecimento. A educação em saúde direcionada para o autogerenciamento do paciente diagnosticado com câncer de cabeça e pescoço evidencia-se como favorecedora de processos adaptativos e da qualidade de vida, muito necessários em decorrência das alterações estruturais, funcionais e estéticas. OBJETIVOS: descrever a construção e validação de vídeo educativo para pacientes com câncer de cabeça e pescoço e seus familiares. MÉTODO: estudo metodológico, quantitativo. Para a validação, elegeu-se oito peritos a partir de critérios adaptados de Fehring e utilizou-se instrumento composto por quatro dimensões: objetivos, conteúdo, linguagem e inclusão de tópicos, que perfizeram 28 questões fechadas, cujas respostas correspondiam a escala tipo Likert. Local: Departamento de Otorrinolaringologia da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brasil. RESULTADOS: a intervenção educativa foi desenhada para assegurar o aprendizado de conceitos, procedimentos e atitudes relacionados aos objetos de aprendizagem (OA) selecionados em literatura (fase de análise e planejamento). Do levantamento geral de conteúdos pertinentes, elaborou-se três seções de orientação, nas quais foram destacados os conceitos sobre o câncer e, propriamente, o câncer de cabeça e pescoço, os tratamentos disponíveis e a alta hospitalar: cuidados específicos no domicílio. Esses conteúdos subsidiaram a elaboração do roteiro/script e do storyboard (fase de modelagem), avaliados nas quatro dimensões do instrumento. Os itens de avaliação alcançaram índice de validade de conteúdo (IVC) global de 99%, com kappa free-marginal de 0,68%, considerado substancial. Na fase de implementação, o vídeo educativo foi gravado no anfiteatro do ambulatório de cirurgia de cabeça e pescoço da instituição e contou com a participação de profissionais atuantes neste ambulatório, dentre eles, um enfermeiro, um fonoaudiólogo, um médico cirurgião de cabeça e pescoço e uma nutricionista. Além das narrativas dos profissionais, durante a edição, utilizou-se imagens, vídeos e animações de domínio público, disponíveis na internet via web, totalizando 50’78’’, divididos em 7 capítulos. A edição e finalização foram realizadas por meio de computação gráfica utilizando-se o software Adobe Premiere Pro CC®. CONCLUSÃO: O roteiro e storyboard foram validados segundo objetivos, conteúdo, linguagem verbal e inclusão de tópicos, sendo considerados relevantes para o desenvolvimento de tecnologias educativas a serem aplicadas nos pacientes, familiares e cuidados durante o tratamento do câncer de cabeça e pescoço. Os OAs favoreceram a divisão dos conteúdos educacionais em pequenas partes, a serem utilizados nas estratégias de ensino multimidiáticas, como exposição oral e demonstração presencial, vídeo educativo, folhetos e infográfico. CONTRIBUIÇÕES PARA A PRÁTICA: o desenho do estudo instrumentaliza o desenvolvimento e validação de materiais educativos para produção de tecnologia educacional, a ser utilizada em ações que objetivem a construção de habilidades para o autogerenciamento na cronicidade.