Anais do I Simpósio Brasileiro de Morfologia Comparada de Vertebrados

A eutanásia é focada no bem-estar animal, sem existência de dor ou sofrimento ao indivíduo. Há diversos critérios para que esse procedimento seja rápido e eficaz (i.e., espécie, idade do indivíduo, saúde e dosagem). Há poucos estudos com essa temática no país, especialmente sobre quais métodos são indicados ou indevidos para cada grupo. Esse entrave dificulta a escolha de cientistas em suas pesquisas e a consulta de informações por leigos. Este estudo se propôs a compilar, e apontar discrepâncias, entre os diferentes métodos de eutanásia para anfíbios e répteis no Brasil. Consultamos os sites de todos os conselhos federais e regionais de veterinária e biologia, além de 18 instituições de referência em pesquisa com herpetofauna. Identificamos quatro protocolos: CFMV, CONCEA, FIOCRUZ e ICMBio. Em todos os protocolos é preconizado o uso de barbitúricos ou anestésicos gerais injetáveis e inalatórios. Os métodos aceitos apenas sob recomendação diferiram entre si e entre táxons (e.g. Répteis: pistola de ar comprimido (CFMV), decapitação (CFMV/FIOCRUZ) e barbitúricos/outros anestésicos (ICMBio); Anfíbios: decapitação (CFMV/CONCEA/FIOCRUZ), secção da medula espinhal após anestesia geral (CFMV), atordoamento seguido de decapitação (CONCEA) e CO2 (FIOCRUZ). Os métodos inaceitáveis/ou sob restrição também diferiram: CO2 (CONCEA - inaceitável, CFMV - aceito sob prescrição, FIOCRUZ - aceito em animais não resistentes a CO2); CO (CONCEA - inaceitável); exsanguínação (FIOCRUZ - inaceitável). Das 18 instituições de pesquisa, apenas seis apresentam informações em seus sites sobre quais métodos de eutanásia utilizam. A proposição de um método unificado, e categoricamente difundido, pode facilitar a consulta e escolha de pesquisadores, tanto em laboratório como em expedições.