Para citar este trabalho use um dos padrões abaixo:
Apresentação/Introdução
O modelo de gestão taylorista-fordista prevê a separação entre o momento de planejamento, de concepção e de deliberação. Considerando que gerir e cuidar são indissociáveis, a Política Nacional de Humanização da Gestão e Atenção no SUS reorientou o modelo técnico-assistencial em prol da cogestão. Como produzir com a cogestão estratégias de resistência para transversalizar as relações de poder?
Objetivos
Propomos analisar a implementação da cogestão nos processos de trabalho em um hospital público no Rio Grande do Norte. Enfatizamos as estratégias construídas por trabalhadores para sustentar o movimento de democratização da gestão e do cuidado.
Metodologia
Realizamos um estudo exploratório e de base qualitativa. Utilizamos como ferramentas principais a observação, o diário de campo e as entrevistas. Compartilhamos nossas análises com os trabalhadores do hospital ao longo do processo de pesquisa e durante uma reunião do colegiado ampliado, quando avaliamos os resultados e os métodos empregados. Nossos referenciais teórico-metodológicos foram a análise institucional, a pesquisa-ação e o método da roda, a partir dos quais construímos uma estratégia de pesquisa chamada Caminhada Institucional para nos aproximar da dimensão cotidiana e facilitar o acesso às relações de força que compõem a cogestão no hospital.
Resultados
Identificamos as seguintes estratégias coletivas para a implementação da cogestão no hospital: construir os colegiados nas unidades de produção e o colegiado ampliado; realizar apoio institucional; acompanhar sistematicamente os desdobramentos da cogestão; realizar encontros entre trabalhadores, usuários e acompanhantes; produzir narrativas sobre as histórias de construção da cogestão no hospital, problematizar a função do gerente, desenvolver ações de educação permanente. Identificamos certos boicotes às mudanças que chamamos de movimento congestivo-cogestivo (Quer evitar mudanças e aceita dialogar) e movimento cogestivo-congestivo (Quer evitar mudanças e não aceita dialogar).
Conclusões/Considerações
Resistir ao modelo taylorista-fordista exige esforço coletivo contínuo e sistemático para transversalizar as relações de poder. Os trabalhadores são os protagonistas das mudanças, mas destacamos a importância do apoio da gestão para facilitar o exercício inesgotável de conversa para tomar decisões e avaliá-las, onde o nível hierárquico não se sobreponha à importância da construção de um plano comum e do trabalhador se colocar no campo das ideias.
Com ~200 mil publicações revisadas por pesquisadores do mundo todo, o Galoá impulsiona cientistas na descoberta de pesquisas de ponta por meio de nossa plataforma indexada.
Confira nossos produtos e como podemos ajudá-lo a dar mais alcance para sua pesquisa:
Esse proceedings é identificado por um DOI , para usar em citações ou referências bibliográficas. Atenção: este não é um DOI para o jornal e, como tal, não pode ser usado em Lattes para identificar um trabalho específico.
Verifique o link "Como citar" na página do trabalho, para ver como citar corretamente o artigo