O PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DA COGESTÃO EM UM HOSPITAL PÚBLICO NO RIO GRANDE DO NORTE

Vol 1, 2018 - 99273
Comunicação Oral Curta
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Resumo

Apresentação/Introdução
O modelo de gestão taylorista-fordista prevê a separação entre o momento de planejamento, de concepção e de deliberação. Considerando que gerir e cuidar são indissociáveis, a Política Nacional de Humanização da Gestão e Atenção no SUS reorientou o modelo técnico-assistencial em prol da cogestão. Como produzir com a cogestão estratégias de resistência para transversalizar as relações de poder?


Objetivos
Propomos analisar a implementação da cogestão nos processos de trabalho em um hospital público no Rio Grande do Norte. Enfatizamos as estratégias construídas por trabalhadores para sustentar o movimento de democratização da gestão e do cuidado.


Metodologia
Realizamos um estudo exploratório e de base qualitativa. Utilizamos como ferramentas principais a observação, o diário de campo e as entrevistas. Compartilhamos nossas análises com os trabalhadores do hospital ao longo do processo de pesquisa e durante uma reunião do colegiado ampliado, quando avaliamos os resultados e os métodos empregados. Nossos referenciais teórico-metodológicos foram a análise institucional, a pesquisa-ação e o método da roda, a partir dos quais construímos uma estratégia de pesquisa chamada Caminhada Institucional para nos aproximar da dimensão cotidiana e facilitar o acesso às relações de força que compõem a cogestão no hospital.


Resultados
Identificamos as seguintes estratégias coletivas para a implementação da cogestão no hospital: construir os colegiados nas unidades de produção e o colegiado ampliado; realizar apoio institucional; acompanhar sistematicamente os desdobramentos da cogestão; realizar encontros entre trabalhadores, usuários e acompanhantes; produzir narrativas sobre as histórias de construção da cogestão no hospital, problematizar a função do gerente, desenvolver ações de educação permanente. Identificamos certos boicotes às mudanças que chamamos de movimento congestivo-cogestivo (Quer evitar mudanças e aceita dialogar) e movimento cogestivo-congestivo (Quer evitar mudanças e não aceita dialogar).


Conclusões/Considerações
Resistir ao modelo taylorista-fordista exige esforço coletivo contínuo e sistemático para transversalizar as relações de poder. Os trabalhadores são os protagonistas das mudanças, mas destacamos a importância do apoio da gestão para facilitar o exercício inesgotável de conversa para tomar decisões e avaliá-las, onde o nível hierárquico não se sobreponha à importância da construção de um plano comum e do trabalhador se colocar no campo das ideias.

Instituições
  • 1 UNICAMP
  • 2 UFES
Eixo Temático
  • Planejamento, Gestão e Avaliação na Saúde