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Apresentação/Introdução
A fluoretação das águas de abastecimento público no Brasil tem se expandido ao longo dos anos, mas não se dispõe de informações fidedignas acerca da sua cobertura e das atividades de vigilância. O Projeto Vigifluor, pesquisa coordenada pela Faculdade de Saúde Pública/USP, buscou descrever a situação dos municípios com mais de 50 mil habitantes. O presente trabalho apresenta os resultados de Goiás.
Objetivos
Descrever a cobertura da fluoretação das águas de abastecimento e as atividades de vigilância (heterocontrole) dessa medida no estado de Goiás em 2014.
Metodologia
Foram pesquisados 20 municípios com mais de 50 mil habitantes em Goiás. A metodologia consistiu em: a) Pesquisa documental e bibliográfica; b) Observação “in loco” e entrevista/questionário com técnicos e gestores das vigilâncias do estado e dos municípios; e c) Análise laboratorial de amostras de águas coletadas durante 3 meses (2014), sempre no mesmo ponto de coleta, realizada pelos agentes de vigilância da água dos municípios. O teor de fluoreto foi aferido no Laboratório de Bioquímica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba/UNICAMP por meio de método eletrométrico (medida dos íons de flúor livres). Os dados quantitativos foram analisados por meio de estatística descritiva.
Resultados
Os resultados mostraram que não são realizadas atividades de vigilância (heterocontrole) da fluoretação nos municípios pesquisados, e que as barreiras se referem à falta de recursos e qualificação dos técnicos e inexistência de pactuação pela gestão. Na maioria dos municípios a cobertura populacional é alta. A análise das amostras de água de 15 munícipios mostrou Jataí com teor de fluoreto (0,858 mg F/L) levemente acima da faixa esperada e Novo Gama, Caldas Novas e Anápolis (0,725 mg F/L, 0,663 mg F/L e 0,634 mg F/L respectivamente) com níveis ideais. Já os demais municípios (47,9%) apresentaram valores insuficientes, como Valparaíso de Goiás (0,211 mg F/L) e Luziânia (0,155 mg F/L).
Conclusões/Considerações
Conclui-se que há boa cobertura de fluoretação na maioria dos municípios com mais de 50 mil habitantes em Goiás. No entanto, a vigilância desta medida é inexistente e, em muitos municípios, os teores de fluoreto não são suficientes para proporcionar benefícios à população. Há a necessidade de estratégias para se viabilizar o heterocontrole da fluoretação, buscando garantir a sua efetividade.
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