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Resumo

Apresentação/Introdução
A nova configuração do trabalho em universidades públicas decorrente das reformas educacionais e de novos modelos gerenciais tem suscitado repercussões no quadro de saúde dos professores de ensino superior, especialmente no campo da saúde mental. Por certo, o trabalho desses profissionais vem sofrendo alterações profundas, mas com poucos estudos que analisem as reais dimensões do problema.


Objetivos
Analisar a atual organização do trabalho docente em universidades públicas, bem como apresentar metodologia, de cunho participativo e dialógico, de produção partilhada de conhecimento com vistas à transformação do trabalho e da saúde.


Metodologia
Trata-se de uma pesquisa social de natureza pedagógica, sendo o diálogo entre trabalhadores e pesquisadores a estratégia principal adotada. Foram realizadas cinco reuniões com a participação de oito docentes do mesmo instituto de uma universidade federal no Rio de Janeiro. Com base nos preceitos do Modelo Operário de Conhecimento de Grupo Homogêneo, Observação Espontânea, Validação Consensual e Crítica Coletiva. Desenvolveu-se um método de investigação, combinando registros individuais em cadernetas e discussão coletiva nas Oficinas em Saúde do trabalhador. Nessa abordagem, restitui-se o papel protagonista ao trabalhador, que é autor do diário e coparticipante da pesquisa.


Resultados
No plano epistemológico, a metodologia contribuiu para atualização da tradição de estudos pertencentes à linhagem do Modelo operário, ganhando destaque aspectos alusivos à formalização da experiência e do conhecimento dos trabalhadores. Dos materiais de campo procedentes das oficinas e dos registros das cadernetas, chegou-se a um amplo repertório temático, a saber: o tempo de trabalho e as múltiplas atividades de trabalho do professor; precarização das condições de trabalho em universidades; intensificação laboral; saúde e o duplo caráter do trabalho docente. Além disso, confirmou-se o imperativo da resistência coletiva organizada de maneira a se modificar o quadro de precarização do trabalho.


Conclusões/Considerações
Prepondera nas universidades o uso de fortes pressões organizacionais e como consequência produz-se a intensificação do trabalho docente, com destaque para a questão do aumento da produtividade e menor tempo para descanso. Quanto à abordagem metodológica, permitiu que se desenvolvesse as experiências dos trabalhadores tornando-as fortes, ampliando a capacidade de defesa da saúde com desdobramentos práticos para intervenção nos ambientes de trabalho.

Instituições
  • 1 Fiocruz
  • 2 UFF
  • 3 UFRJ
Eixo Temático
  • Produção, Trabalho e Saúde do Trabalhador