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Resumo

Apresentação/Introdução
No contexto de uma comunidade indígena, a produção de saúde está atrelada às práticas
tradicionais e suas lutas políticas, mantidas na tradição da oralidade. Esta pesquisa visa
investigar como a formação do corpo indígena das etnias Guarani e Tupiniquim, das aldeias
de Aracruz (ES), e sua produção de saúde, se articula e se constitui, e como se relacionam
com as políticas de saúde lá colocadas.


Objetivos
Entendendo as singularidades do corpo indígena, e sua relação com as políticas públicas,
objetiva-se mapear as práticas de produção de saúde a partir das narrativas das lutas diárias,com foco no corpo que tais lutas e práticas de saúde constroem.


Metodologia
Esta pesquisa trabalha com a indissociabilidade entre o pesquisar e intervir na realidade,
tendo como território as aldeias Indígenas de Aracruz e seus atravessamentos. Configura-se
como um modo de fazer pesquisa que acompanha e interfere no que tange a dimensão de
produção de saúde, na relação com os desafios e lutas políticas nas comunidades indígenas
e no pensar do corpo que se produz neste território. Trata-se de uma metodologia co-
construída, não “intervencionista”, não comparativa, mas de composição, vinculada à pesquisa-intervenção, realizada a partir de idas a campo semanais, visitas às unidades de
saúde, revisão bibliográfica do tema e encontros com as comunidades


Resultados
Procurou realizar a entrada de forma que se fortalecesse na relação com a comunidade, mesmo quando via UBS. Encontramos um corpo indígena que se cria atrelado às narrativas contadas e vividas nas aldeias, e que vive e atualiza seus saberes tradicionais. Da mesma forma observou-se que quando os profissionais de saúde inseridos não trabalham considerando os saberes, não fortalecendo práticas de cuidado tradicionais naquele território, ou desconsideram as cosmologias existentes, exercem práticas de tutela e autoridade indo contra o processo de cuidado que aquele corpo singular demanda. Apesar disso, há relatos de experiências de uma produção de saúde potente e afirmativa entre profissionais da UBS e a comunidade


Conclusões/Considerações
Conclui-se que um fazer saúde apoiado somente nas políticas de saúde, sem a devida
relação com o território e suas especificidades, para além de realizar práticas de autoridade
e tutela, fere princípios do SUS como equidade e universalidade, não realizando o cuidado
necessário e não acolhendo o usuário da forma como este demanda. Assim como, a
potencialidade de um cuidado eficaz e integral por vezes já realizados ali, neste mesmo
território.

Instituições
  • 1 UFES
Eixo Temático
  • Saúde dos Povos Indígenas