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MEMÓRIAS E NARRATIVAS DE MULHERES NEGRAS QUILOMBOLAS
Bianca de Sousa Torres
UEMASUL
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TOPONÍMIA DO MUNICÍPIO DE AÇAILÂNDIAO ato de autonarrar-se é uma forma de empoderamento e resistência, partindo dessa premissa, buscamos articular um diálogo com a comunidade remanescente quilombola campo desta investigação por meio da narrativa oral tecida pelas participantes deste estudo. A trajetória dos povos africanos no Brasil começou com o tráfico negreiro, quando milhares de negros, forçadamente separados de suas raízes, foram aqui submetidos à escravidão. O sistema escravista confrontou-se com diversas formas de resistência, como os atos de fuga, que ocasionaram a criação dos quilombos, nos quais a vivência era comunitária, com profunda ligação com a terra. Com o passar do tempo, esses lugares foram ressemantizados, sendo chamados de comunidades remanescentes quilombolas, que também abrangem terras doadas e recebidas em troca de serviços prestados (FIABANI, 2007). Tendo sua existência marginalizada, esses grupos tradicionais são cultural e socialmente vulneráveis. É nesse contexto que a mulher aprendiz griô tem a sua vida moldada, pois seu papel de liderança, fortalecido pelas rememorações, afigura-se instrumento balizador na reconstrução do passado como modo de empoderar a comunidade no presente. Segundo Sampaio e Pacheco (2015), o saber feminino, enquanto referência de tradições ancestrais, torna-se fundamental para a autoafirmação e preservação da identidade quilombola, que se dão a partir da partilha de modos de ser e viver ancestrais. Nessa perspectiva, intentamos investigar como tem se constituído o pertencimento étnico-racial de mulheres da comunidade remanescente quilombola da Ilha de São Vicente, em Araguatins - TO.
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