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SUBNOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES TRANSFUSIONAIS: A IMPORTÂNCIA DAS AÇÕES EDUCATIVAS EM HEMOVIGILÂNCIA

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INTRODUÇÃO: A transfusão de hemocomponentes é um procedimento hospitalar frequente, entretanto não isenta de riscos. A segurança do paciente e o gerenciamento de riscos são requisitos fundamentais para o fortalecimento do processo de gestão hospitalar. Neste contexto a hemovigilância visa a melhoria da qualidade dos processos em hemoterapia, sendo importante na identificação, análise e prevenção das reações adversas decorrentes do uso de sangue e seus componentes. É estimado que estas reações ocorram em cerca de 1 a 3% das hemotransfusões. Porém detectamos que, no Hospital Regional do Cariri (HRC), essa problemática continuava sendo uma realidade, com média de taxa de notificação inferior a 1%. OBJETIVO: Reduzir a taxa de subnotificação de reações transfusionais por meio de ações educativas em hemovigilância. METODOLOGIA: Trata-se de uma análise comparativa das notificações das reações transfusionais antes e depois da introdução do programa de treinamento em hemovigilância, realizado no HRC, hospital terciário da rede pública estadual do estado do Ceará, Brasil. RESULTADOS: Foram realizados encontros mensais com profissionais de enfermagem no período de julho a dezembro de 2016, sendo abordado o protocolo de instalação de hemocomponentes institucional, enfatizando o acompanhamento durante as 24h após a transfusão, bem como as reações transfusionais imediatas, com ênfase nos sinais e sintomas a elas relacionados e na conduta mediante a suspeita de reação adversa, fortalecendo a notificação. Após o primeiro ciclo de treinamentos, cuja a adesão foi de 82% dos profissionais, a taxa de notificação aumentou de 0,43%, no primeiro semestre do ano de 2016, para 1,03% no segundo semestre. CONCLUSÃO: O desconhecimento acerca de possíveis reações adversas relacionadas à transfusão é uma das possíveis causas da subnotificação, demonstrando a necessidade da implantação de programas de educação continuada com foco nas ações em hemovigilância que englobem atividades de prevenção, identificação e registro dos incidentes transfusionais, com vistas a garantir a qualidade e segurança transfusional. REFERÊNCIA: ANVISA. Marco conceitual e operacional de hemovigilância: Guia para a hemovigilância no Brasil, 2015.