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Protocolo da Fratura do Fêmur no Idoso do Complexo Hospitalar Municipal de São Bernardo do Campo - CHMSBC

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Introdução: O CHMSBC é um dos centros de referência em ortopedia e traumatologia da Região Metropolitana de São Paulo. Entre a população atendida, destacam-se idosos com fraturas de fêmur proximal. Segundo a literatura, estes pacientes apresentam mortalidade, no primeiro ano após a fratura, em torno de 30%. Um fator decisivo para o desfecho é o tempo de espera para cirurgia, que, se maior que 48h, aumenta a taxa de mortalidade (MAGGI et al. 2010). Em 2015, houveram 100 casos de fratura de fêmur proximal em idosos no CHMSBC, com uma mortalidade intrahospitalar de 12%. Considerando esta realidade, definiu-se como prioridade a estruturação de um protocolo para qualificar o atendimento destes pacientes. Objetivos: Descrever a implantação do protocolo da fratura de fêmur proximal no idoso e seus primeiros resultados. Relato do Caso: No CHMSBC, o Hospital de Clínicas de São Bernardo do Campo funciona como emergência referenciada e sua principal porta de entrada é o Hospital e Pronto Socorro Central. Em 2015, o tempo de espera médio entre a entrada do paciente no pronto-socorro e a realização da cirurgia era de aproximadamente sete dias. Apenas 3% dos pacientes foram operados em até 48 horas e 87% esperaram cinco dias ou mais até o procedimento cirúrgico. Foi realizado o mapeamento dos processos e, em conjunto com as equipes assistenciais, encontrou-se os principais gargalos. A etapa seguinte foi o redesenho dos processos, que contou com três pontos principais: priorização na transferência hospitalar, realização imediata de exames e avaliações padronizados para liberação pré-operatória e disponibilidade imediata de OPME. Além disso, definiu-se indicadores de desempenho e um comitê gestor. O protocolo foi iniciado em junho de 2016. No primeiro trimestre após a implantação, 44% dos pacientes realizaram a cirurgia em até 48 horas, no trimestre seguinte este valor atingiu 57%. O objetivo é atingir 70% até final do primeiro ano de implantação. Conclusão: A implantação do protocolo, por meio do gerenciamento de processos, associado às evidências científicas produziram resultados promissores. Estudos futuros avaliarão o impacto dessas mudanças na taxa de mortalidade. Referência:MAGGI, S et al. A multicenter survey on profile of care for hip fracture: predictors of mortality and disability. Osteoporos Int, v 21, p 223-231. 2010.