À sombra de Franco: retalhos, costuras e suturas da memória histórica espanhola

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Detalhes
  • Tipo de apresentação: Simpósio Temático
  • Eixo temático: ST29 - DISCURSO: TEORIAS E PRÁTICAS
  • Palavras chaves: Análise de Discurso. Memória Histórica Espanhola. Franco. El Parvulito;
  • 1 Universidade Federal do Paraná

À sombra de Franco: retalhos, costuras e suturas da memória histórica espanhola

Matheus França Ragievicz

Universidade Federal do Paraná

Resumo
Questões (2 tópicos)

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Autor

Matheus França Ragievicz

Rafaela, muito obrigado pelas suas questões. Elas são muito pertinentes ao trabalho! Respondendo às perguntas: 

 

1. Há alguma atualização desse livro ainda usada hoje em dia? 

Hoje em dia acredito que o livro não siga em circulação, embora eu não possa confirmar a informação. Há um amplo debate sobre a memória histórica que resultou, por exemplo, na exumação de Franco (o ex-ditador) do "Valle de los Caídos". Então, não me parece plausível seu uso frente às políticas de memória em vigor na Espanha. Segundo algumas notícias, o livro continuou a ser reeditado e distribuído depois de 1997, como vemos nesse texto: https://vallisoletvm.blogspot.com/2009/11/la-enciclopedia-alvarez-un-mito-gestado.html?showComment=1263063969064.

2. Ou há outros livros que, de alguma forma, vão na mesma direção, produzindo efeitos de sentido semelhantes ao que você bem expos sobre Franco?

"El Parvulito" era o primeiro de uma série de livros, conhecida como "Enciclopedia Álvarez". Esses livros seguiam a mesma linha editorial e acompanhavam os alunos durante todo processo de escolarização, do pré-escolar até o final do ensino médio. Portanto, seja "El Parvulito" ou as "Enciclopedias Álvarez", até o ponto em que pude averiguar, ambos se baseavam na política nacional-católica perpetrada pelo franquismo. Se tiver interesse, recomendo o artigo de Capelato (2009), https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-01882009000100005&script=sci_arttext&tlng=pt, que me parece demonstrar bem a coesão que havia na política educacional franquista nos livros didáticos. 

 3. Fiquei curiosa em saber como esse momento histórico se materializa nos manuais hoje em dia, você chegou a encontrar alguma coisa?

Recomendo a reportagem "Asignatura pendiente" https://www.rtve.es/alacarta/videos/informe-semanal/informe-semanal-asignatura-pendiente/5423827/. Nela há o relato de alunos e de pesquisadores da história sobre a questão. De forma geral, segundo o que nos é apresentado, há um "desconhecimento" dos estudantes sobre o franquismo. Conforme os relatos dos alunos, esse momento histórico é estudado muito pontualmente por meio de memorização de datas e de linhas temporais. A partir do minuto seis, há uma discussão mais direcionada sobre livros didáticos. 

Um adendo: quando começei a investigar mais sobre "Franco" me lembrei do livro didático de história que eu costumava usar (a parte) durante a oitava séria (atual nono ano) em 2008. O livro se chamava "Nova História Crítica" e foi tirado de circulação após críticas de diferentes editoriais (Veja, Estadão, Globo - até o diretor geral de jornalismo da Rede Globo publicou um artigo defenestrando o livro). Meu ponto: nesse livro há uma menção a Franco e à Guerra Civil Espanhola (1936-1939): https://drive.google.com/drive/folders/1-00vvRWpotWvXNFoJAbgF2y8o2Ix0-zk?usp=sharing. Ainda que eu não tenha tido acesso aos materiais usados hoje, nós, como estudantes brasileiros, também fomos expostos aos relatos sobre o franquismo. Esse é um exemplo. Vale a pena dar uma olhadinha no material! 

4. Também fiquei curiosa em saber como você fez a escolha dos textos para análise?  

Quando começei a retraçar meu objeto de pesquisa na tese, em 2019, estava muito presente no universo midiático espanhol a exumação de Franco do "Valle de los Caídos". Tentanto me reencontrar na tese, me deparei, por meio da reportagem acima, com esse livro. Fiquei muito curioso e então vi que ainda era muito produtivo realizar análises sobre el "El Parvulito". 

Muito obrigado, mais uma vez, Rafa!

Sinta-se convidada para o debate síncrono. 

Autor

Matheus França Ragievicz

Muito obrigado pela pergunta, profa. Gesualda! Conversaremos mais no debate.