66438

IgM salivar anti-PGL1 como indicador de infecção recente em jovens com idade inferior a 16 anos

Favoritar este trabalho

Introdução: Brasil é o país com segundo maior índice de incidência de hanseníase, registrado um número de casos de 14,06 por 100.000 habitantes em 2015. Sendo a nasofaringe a principal porta de entrada para o Mycobacterium leprae, a pesquisa de anticorpos nas secreções pode ser uma ferramenta para avaliar se a transmissão está ativa na comunidade. Neste tipo de estudo, a saliva é considerada um material adequado para a análise de anticorpos, já que é representativa da resposta imune de mucosas. Objetivos: O presente estudo tem como objetivo determinar os títulos e a frequência de positividade de IgA e IgM salivares anti-antígeno glicofenólico-1 (PGL-1) em jovens com idade inferior a 16 anos, contatos peri ou Intradomiciliares de pacientes diagnosticados com hanseníase. Métodos: Contatos foram classificados de acordo com a classificação operacional do caso índice em paucibacilar (PB, até cinco lesões) e multibacilar (MB, acima de cinco lesões). A determinação dos anticorpos foi realizada através de método imunoenzimático em fase sólida. O Limiar de reatividade foi considerado como o 97º percentil de controles saudáveis. Foram consideradas positivas amostras com resultado acima de 30% do valor do cut-off. O presente estudo é parte integrante de um projeto já aprovado pelo Comitê Nacional de ética em Pesquisa (processo 532.850, 18/02/2014). Resultados: Cento e sessenta e nove contatos com idade entre 4 e 16 anos (média de 10 anos) residentes nas cidades de Santana do Ipanema e Rio Largo, AL, participaram do estudo. Entre eles, 57 residiam no domicílio do caso índice (ID) e 112 residiam próximo ao domicílio do caso índice (PD). Quatorze contatos não foram classificados pelo fato das referidas informações não terem sido encontradas nos registros médicos dos pacientes. IgM salivar anti-PGL1 apresentou boa correlação com os títulos de IgA salivar (correlação de Spearman, r=0,71, p < 0,0001). Contatos MB apresentaram índices de IgM salivar anti-PGL1 (p=0,03) e IgA salivar anti-PGL1 (p=0,055) mais elevados que os contatos PB. Não houve significância estatística em relação às faixas etárias (teste de Kruskal-Wallis, p=0,149 e p=312, para IgM e IgA, respectivamente), tampouco quanto ao grau de parentesco com o caso índice (teste de Kruskal-Wallis, p=0,325 e p=0,590, respectivamente. Observou-se os títulos de anticorpos salivares IgM estavam mais elevados nas crianças que possuíam frequência semanal de contato com o caso índice do que os que apresentavam contato diário (p=0,04). Por fim, verificou-se uma frequência de positividade de IgM salivar em 36,1% dos contatos de Rio Largo em 12,3% dos contatos de Santana do Ipanema. Conclusão: Como o tempo de meia vida da IgM é curto, a sua presença provavelmente indica uma infecção recente. Tal dado reforça o fato de que a transmissão está ativa em ambas localidades. Diiantes desta hipóstese, é necessário que se busque estratégias para interromper a cadeia de transmissão. Apoio Financeiro: CNPq