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Acompanhe as principais atualizações e discussões sobre os trabalhos publicados em JISE 2021!

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Luciana Nogueira respondeu o tópico "Parabéns pelo trabalho!"

Publicação: SOBRE DOSES DE FASCISMO NA LINGUAGEM: REFLEXÕES INICIAIS SOBRE O DISCURSO DO TRIGÉSIMO OITAVO GOVERNO

Parabéns, Rudá! Que trabalho instigante! E isso desde o título na escolha da nomeação/denominação “38º governo” que você fala logo no início do trabalho. Muito relevante você colocar em questão a definição de fascismo para tratar disso na linguagem, considerando mesmo a banalização do significante na atualidade. Muito bem posta a citação que traz do livro de Zetkin. E mesmo o “fascismo” como um conceito político tem diferentes definições, na história. Mesmo no interior do marxismo, pois para Poulantzas entra como uma forma de Estado de exceção... para Trotsky como um regime de eliminação das instituições democráticas. Para os liberais, se define como uma forma de totalitarismo...

Você analisa o discurso/os discursos do 38º governo brasileiro e mostra, ainda que por equívoca antecipação, como você diz nas retificações iniciais (eu diria: leitura prévia do analista que nos ajuda a ter um ponto de partido nas análises), que se trata de um discurso fascista e por isso a questão do fascismo fica tematizada/problematizada.

O material de análise, os recortes, são excelentes. Destaco a análise da palavra “missão”; da “corrupção” funcionando como pré-construído; a enumeração/gradação que você aponta .... bem interessante e conclui falando do funcionamento do discurso religioso e do discurso bélico como sustentando o discurso do atual presidente, e que são marcas então de um discurso fascista, que precisa criar um inimigo e constantes ameaças para uma guerra de eliminação, como você diz, e essa eliminação começa na Língua. Muito lúcida essa reflexão. Parabéns!

Minha questão é como você pode avançar para a discussão sobre a definição de fascismo a que você chega a partir das análises, ainda que iniciais e a questão da banalização do significante “fascismo” (ou neofascismo?) que me pareceu um ponto importante no início do trabalho. Por que essa dispersão de sentidos?

Imagino que você já conheça, mas indico o recente livro do professor Carlos Piovezani, em coautoria com o professor Emilio Gentile “A linguagem fascista”. Vale a pena ver a entrevista sobre o livro: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/entrevista/a-linguagem-fascista-de-mussolini-a-bolsonaro-em-livro-de-professor-da-ufscar/?fbclid=IwAR1b0Zuh_o2HW81amRIESEzAGZrSGHv6OQOUPCqKbhyUCyPJltt6sJW_OfE

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Luciana Nogueira respondeu o tópico "Excelente trabalho!"

Publicação: O DISCURSO POLÍTICO DA EXTREMA-DIREITA BRASILEIRA NA ATUALIDADE

Parabéns pelo excelente trabalho, Argus! É realmente um desafio (e uma necessidade) buscar compreender o discurso político da extrema-direita brasileira atual. Além de muita clareza nos pressupostos teórico-metodológicos, o trabalho é muito bem exposto e organizado e tem força teórica. Os recortes selecionados para análise são muito produtivos também. Você nos mostra em seu trabalho como a extrema-direita brasileira se utiliza do discurso de ódio para anular o outro, certo? De certa forma, seu trabalho dialoga um pouco com o trabalho de Tiago e Aracy Ernst, como eu comentei lá também, já que os dois trabalhos se dedicam à compreensão dos processos discursivos da extrema direita brasileira. Você poderia fazer uma relação com a emergência do discurso da TFP (Tradição, Família, Propriedade) no material que você analisa? Como a memória desse discurso comparece na atualidade? Muito interessante a análise de como se define quem é a população de bem, ou o “cidadão de bem”. Por fim, se você puder, gostaria de ouvir mais sobre o que você define como “a harmonia paternalista corporativa/hierárquica entre os grupos sociais” já no finalzinho do vídeo. E como você compreende o que se chama de “nova direita” no Brasil? (entrando um pouco nas reflexões de Löwy) Podemos colocar um “sinal de igual” entre “nova direita” e extrema direita”? Parabéns!

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Luciana Nogueira e outra pessoa responderam o tópico "Parabéns pelo trabalho!"

Publicação: NEGACIONISMO, (RE)NEGAÇÃO E MONTAGEM PERVERSA

Parabéns Thales e Elisa pelo brilhante trabalho! Vocês nos apresentam uma relevante análise do discurso negacionista (analisando enunciados negacionistas no contexto da ditadura e da pandemia) pensando aí o funcionamento do cinismo na contemporaneidade. Destaque para o ponto em que vocês falam que a oposição enunciativa não se dá entre nós e eles, no caso do contexto da ditadura, mas entre um “eu supostamente assediado” e um “poder anônimo e coletivo do chamado terrorismo”, para mostrar o efeito do negacionismo e o funcionamento cínico, certo?

Também achei muito acertada a escolha de vocês nas duas séries de enunciados e o apontamento das marcas de negação e de primeira pessoa: de Pazuelo para analisar o negacionismo no atual contexto da pandemia, mostrando o deslocamento cínico da questão (na entrevista coletiva – a questão do tratamento/atendimento precoce) e de Bolsonaro falando das suas possíveis reações pessoais à covid e a relação com o seu lugar institucional de presidente e suas consequências, inclusive na legislação trabalhista como vocês mostram. Nesses funcionamentos, mais do que tensionamentos e oposições entre FDs, há o deslocamento cínico da questão, como vocês bem apontam. Considerando a riqueza das análises, gostaria de ouvir/ler mais de vocês sobre esse funcionamento cínico, por que é tão preponderante? O trabalho anterior, de Tiago e Aracy Ernst pode dialogar com o de vocês para pensar o cinismo.

Por fim, vocês falam, logo no título, em “montagem perversa de falsificação da história”. Por que o significante “montagem”?

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Thales de Medeiros Ribeiro e outra pessoa responderam o tópico "Sobre o poder de persuasão do negacionismo no Brasil"

Publicação: NEGACIONISMO, (RE)NEGAÇÃO E MONTAGEM PERVERSA

Parabéns, Thales e Elisa!

Concordo com a Maria Fernanda, excelente trabalho e  leitura.

Curiosamente, pouco antes de ver o vídeo de vocês, li a nova pesquisa do XP/Ipespe sobre a avaliação do atual Governo Federal brasileiro, incluindo da  gestão da pandemia (https://valor.globo.com/politica/noticia/2021/04/05/xpipespe-para-48-pontos-percentuais-governo-bolsonaro-ruim-ou-pssimo.ghtml). 

Em uma época em que chegamos a mais de 330 mil vítimas fatais, 21% da população brasileira avaliam como "ótima ou boa" a atuação do Presidente brasileiro no combate ao coronavírus e 19% como "regular". Somados, são 40% da população brasileira. 

Sem dúvida, o problema é muito amplo e complexo, mas, com base na perspectiva teórica do trabalho de vocês, haveria alguma chave de leitura para entender a eficiência argumentativa do negacionismo - histórico e sanitário - no Brasil? 

Obrigado!

 

 

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Tiago Alves da Silva Lopes e outra pessoa responderam o tópico "Parabéns pelo trabalho!"

Publicação: "BRASIL ACIMA DE TUDO, DEUS ACIMA DE TODOS": EFEITOS DE SENTIDO NO SLOGAN PRESIDENCIAL DE BOLSONARO

Parabéns pelo trabalho de vocês, Tiago e profa. Aracy. Vocês nos apresentam uma análise muito produtiva do slogan “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Destaque para o ponto em que vocês mostram esse tensionamento das FDs, a religiosa tensionando a científica. O tema da “atual extrema direita” é também objeto de análise de outros trabalhos aqui como o do Argus, por exemplo, e acho que os trabalhos conversam entre si de modo interessante. Eu perguntaria já se vocês acham que há uma relação de sinonímia entre “nova/atual extrema direita” e “fascismo” ou “neofascismo”, como você menciona logo no início do vídeo?

Outra coisa: vocês mostram, pelas análises, que o slogan é sustentado pelo discurso nacionalista (na definição de Mascaro) e fundamentalista e tem um funcionamento cínico. Duas observações aqui: fazendo uma paráfrase, podemos colocar a conjunção “e” no lugar da vírgula no slogan e aí teríamos o efeito possível de uma coordenação que junta e separa ao mesmo tempo uma coisa da outra. Seria interessante explorar esse funcionamento discursivo a meu ver. E pensando no conceito de cinismo, o trabalho de vocês pode conversar bem com o trabalho seguinte, de Thales e Elisa que também trabalham com o funcionamento cínico do discurso. Gostaria de ouvir mais de vocês sobre o conceito e, novamente, parabéns pelo trabalho!

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Luciana Nogueira e outra pessoa responderam o tópico "Muito interessante!"

Publicação: No es por treinta pesos, es por treinta años

Parabéns pelo belo trabalho Marcia! De início, gostaria de elogiar o conjunto das imagens disponibilizadas e o efeito disso no trabalho, pois ficou muito interessante.

O seu tema – o estallido social no Chile – é muito interessante e acertado para mostrar determinado funcionamento do discurso de ódio no enunciado coletivo (ainda que inconsciente, como você alerta), as possíveis determinações e como se organiza isso no coletivo, a partir de revoltas e reivindicações coletivas. Os slogans analisados são riquíssimos para a compreensão desse funcionamento discursivo. Eles se constituem de enunciados que são uma espécie de resposta/afirmação ao que é dito pelo poder governamental, deslocando para outro lugar. O ódio aqui está num lugar específico: o ódio de classe.

A pergunta que você coloca é interessantíssima: toda violência verbal deveria ou não ser considerada como discurso de ódio, sobretudo no discurso político, como você aponta? Ao que você remete para que se atentem às condições de produção sócio históricas do dizer, antes de mais nada. E você nos apresenta então uma classificação do discurso de ódio, se bem entendi. E nessa classificação o primeiro ponto é o funcionamento do estereótipo, por exemplo, a partir das representações coletivas. Você poderia falar um pouco mais do discurso do ódio sob essa classificação de estereótipo? Algum exemplo?

Faço coro ainda com a pergunta do Argus sobre um paralelo com as jornadas de junho no Brasil e alguma semelhança dos enunciados: no Brasil: “não é só pelos vinte centavos” / no Chile: “nos es por treinta pesos, es por treinta años”. Parabéns!