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EntrarINTRODUÇÃO: A hepatite autoimune (HAI) é uma doença inflamatória crônica do fígado cuja incidência tem aumentado e que ainda apresenta alta mortalidade. Em 2016, um estudo demonstrou que, apesar dos diversos guidelines publicados, sua abordagem ainda é baseada na opinião de especialistas e não em evidências e que, mesmo entre hepatologistas experientes, há grande variação em sua abordagem e ampla experiência com terapias de segunda linha. Assim, o objetivo desta revisão foi responder: qual a efetividade e segurança dos imunossupressores de primeira e segunda linha empregados no tratamento da HAI? MATERIAL E MÉTODOS: A revisão foi elaborada de acordo com a Colaboração Cochrane e as Diretrizes Metodológicas do Ministério da Saúde e seu protocolo foi publicado na base PROSPERO sob o número de registro CRD42020147217. RESULTADOS: As estratégias de busca identificaram 4762 referências. Dois avaliadores fizeram a seleção inicial através dos títulos e resumos, recuperando 104 artigos para leitura na íntegra. Três estudos foram selecionados, e 101 foram excluídos. Cada estudo incluído teve seu risco de viés classificado de acordo com a Ferramenta da Colaboração Cochrane. Os 3 são ensaios clínicos randomizados. O primeiro comparou a manutenção da dose inicial de azatioprina com redução da dose inicial de prednisolona versus a descontinuação da azatioprina e manutenção da dose inicial de prednisolona (após remissão da HAI atingida com terapia combinada de prednisolona e azatioprina), e concluiu que houve menor recidiva em pacientes que se mantiveram em terapia combinada. O segundo comparou o uso de azatioprina em monoterapia versus a manutenção da terapia combinada de prednisolona e azatioprina (após controle da doença com terapia combinada), e concluiu que a remissão da HAI pode ser mantida com uso de azatioprina em monoterapia, havendo benefício da interrupção da corticoterapia. O terceiro avaliou a eficácia da budesonida em comparação à prednisona (ambas em combinação com azatioprina), e concluiu que a budesonida em combinação com azatioprina induz e mantem a remissão da HAI, com baixa taxa de efeitos colaterais relacionados à corticoterapia. Não foi possível plotar os resultados em uma metanálise. DISCUSSÃO: A inclusão de apenas 3 ensaios clínicos randomizados após processo sistemático de busca nas mais importantes bases de dados da área da saúde, sem limitação de idioma ou ano, evidencia a insuficiência da evidência disponível sobre o assunto, reafirmando a necessidade de mais ensaios clínicos randomizados para se obter um manejo da HAI baseado em evidências e não meramente na experiência de especialistas.
Carlos Antonio Caramori
Bruna e demais colegas
Parabéns pela conclusão e apresentação que foi muito legal. Gostei mesmo e realmente dá pra perceber o quanto a medicina ainda tem que caminhar.
Um tema tão importante como a HAI ainda é tratado na base de estudos pequenos, não há ensaios clinicos consistentes e no fundo, vai pelo "feeling" dos médicos...
Mais uma vez parabéns.
Caramori
Bianca Mariani Gonçalves Meneghim
Parabéns, Bruna! Comentei na sua apresentação que adorei rever os passos para uma revisão sistemática e gostaria de saber quais foram as suas motivações para a escolha específica do tema abordado. Obrigada pela atenção!
Bruna Sousa Fernandes
Olá, Bianca, eu que agradeço a atenção e os elogios!! Fico muito feliz, e também fico aberta a sugestões do que melhorar (tanto no trabalho quanto na apresentação), fique à vontade. Quanto à escolha do tema, inicialmente procurei o Dr. Carlos Caramori com interesse em realizar uma iniciação científica pois havia feito monitoria com ele em uma disciplina. Ele tinha afinidade com o tema hepatite autoimune, e me mostrou o artigo que citei na apresentação (https://doi.org/10.1111/apt.13907), que questionou hepatologistas membros do grupo internacional de hepatite autoimune e concluiu que mesmo entre especialistas, a abordagem da doença variava, e o uso de medicações de segunda linha ocorria com frequência. Ele sugeriu que usássemos isso como motivação para uma revisão sistemática sobre o tratamento da hepatite autoimune, de modo a verificar as evidências disponíveis. Somado a isso, há também o fato de que, no SUS, os únicos medicamentos disponibilizados são a prednisona e a azatioprina, sendo que, como o artigo citado comenta, outras medicações são muito utilizadas mundo afora. Então um dos objetivos também era analisar se haveria justificativa para a disponibilização de outras medicações pelo SUS... Infelizmente, o que conseguimos foi confirmar que se trata de um campo com escassez de evidências... Devo ressaltar que desde o começo o projeto foi pensado para ser realizado em conjunto com a Dra. Vania Nunes, que possui um excelente domínio sobre a metodologia, o que tornou esta revisão possível!
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Bruna Sousa Fernandes
Muito obrigada, professor! Sou grata pela oportunidade de realização deste projeto. Aprendi muito com ele. Infelizmente, realmente esta foi a conclusão à qual foi possível chegar...