APRESENTAÇÃO:

VIII FALA OUTRA ESCOLA: RE-EXISTIR NAS PLURALIDADES DO COTIDIANO

Coordenação Geral
Guilherme do Val Toledo Prado

Coordenação Associada
Ana Maria Falcão de Aragão
Inês Ferreira de Souza Bragança

O VIII Fala Outra Escola traz como tema uma necessária provocação em um contexto social adverso de mudanças que estão indo na contramão das construções político-pedagógicas constituídas tensa e democraticamente entre educadores e sociedade: re-existir nas pluralidades do cotidiano! O GEPEC – Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Continuada da Faculdade de Educação da Unicamp organizou o VIII FALA Outra ESCOLA, no período de 25 a 28 de julho de 2017. O tema desta edição foi suscitado pelos acontecimentos político-sociais do início de 2016: “Como re-existir nas pluralidades do cotidiano escolar?”. Esta questão, tem sido respondida pelos professores e profissionais da educação de diferentes maneiras, a partir de diversas perspectivas e sensibilidades em seus campos de trabalho pedagógico. As narrativas destes profissionais se configuram como uma materialidade que proporcionam reflexão, construção de outras sensibilidades e conscientização de que produzem conhecimentos e saberes com seus pares e seus estudantes. O evento contou com Rodas de Conversas, Sessões de Diálogos e Mostra de Trabalhos Pedagógicos além de Eventos Culturais. As Rodas de Conversas e Sessões de Diálogos foram compostas de trabalhos submetidos pelos autores/participantes inscritos num dos quatro eixos temáticos: Formação Docente e Saberes Profissionais; Cotidiano e Práticas Educativas; Subjetividades, Memória e Educação das Sensibilidades; Escola como Experiência Política. As Rodas de Conversas foram constituídas por professores da escola e da universidade, diferentes profissionais da escola e/ou estudantes que optam por esta modalidade para apresentar seus trabalhos constituídos no diálogo com a escola. As Sessões de Diálogos foram organizadas para professores e profissionais da escola e da universidade manifestaram suas experiências e reflexões que indicam a pluralidades de seus saberes e conhecimentos e seus diversos modos de re-existir nos contextos adversos na busca de produção de uma “outra escola”. A Mostra de Trabalhos Pedagógicos "Ocupações Plurais" abriu o Seminário com a exposição de produções desenvolvidas com crianças, jovens e adultos do Ensino Básico - Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos e em qualquer tipo de ensino, seja ele em instituições, nas ruas, nas mais variadas academias, nos museus, etc. A iniciativa visa apresentar os trabalhos pedagógicos feitos por estudantes e professores/professoras e exibi-los a um público maior, valorizando essas experiências ético-estéticas para além da escola.

O GEPEC – Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Continuada - tem sido um espaço privilegiado para sistematizar e aprofundar a produção de conhecimentos e saberes da/na escola e da/na universidade, fomentando estudos e pesquisas de e com profissionais da educação. Desde 1998, o GEPEC vem buscando mostrar que as mazelas educacionais não são de responsabilidade dos professores, realizando estudos que procuram mapear a compreensão do trabalho docente através de novos olhares, novas alternativas, capazes de ir além de uma representação homogeneizadora do trabalho docente. A partir de 1999, o Grupo organiza Encontros com objetivo de criar espaços para as diversas vozes da escola veicularem suas produções. Inicialmente, em um Encontro denominado “Fala Professora!”, os docentes tiveram oportunidade de dizer de seu trabalho. Com a intenção de tomar a escola como espaço que transcende a ação docente, em 2002 alteramos o nome para Seminário “Fala Outra Escola”. Buscávamos explicitar as produções elaboradas no chão das escolas, na procura dos indícios para sua legitimação na sociedade, engendrando assim, um campo no qual são manifestas as possibilidades de a escola intervir na construção social de uma educação outra, mais humana, não-mercadológica, pautada na formação do educando como sujeito social e produtor de sua história. Sua primeira edição foi realizada de 21 a 23 de novembro de 2002, com o objetivo de criar um espaço para as diversas vozes veicularem suas produções, seja na forma de mesas-redondas, palestras, diálogos ou pôsteres. Naquele evento, foram enfatizadas as tensões vividas pelos sujeitos no cotidiano da escola, tensões que perpassam as políticas impostas aos educadores, construindo a imagem da culpabilização do trabalho docente como propulsor do fracasso escolar. No II Seminário “Fala Outra Escola”, realizado em 21 a 23 de outubro de 2004, enfatizaram-se três eixos que constituem a organização escolar: 1. Escola como espaço-tempo de humanização das relações; 2. Escola como espaço-tempo de produção e trocas culturais; 3. Escola como espaço-tempo de produção de conhecimentos. Realizado entre 16 a 18 de novembro de 2006, o III Seminário “Fala Outra Escola” (que, então, passou a ser bianual) foi permeado por três eixos norteadores: 1. Parceria com a escola – entendida como uma relação recíproca de aprendizado, compreendendo-a como espaço comum de interlocução; 2. Produção de saberes e conhecimentos – produção sobre/com/na escola, espaço de partilha de descobertas, inquietações e possibilidades de criação, construindo narrativas sobre o cotidiano escolar, organizando conhecimentos e saberes singulares, partilhados no coletivo. 3. Socialização de narrativas de experiências outras – circulação de experiências, de vozes muitas vezes não perceptíveis no âmbito da Escola e da Universidade, experiências que movimentam pesquisas culminando na (re)invenção/ (re)constituição do fazer pedagógico. O IV Seminário, realizado dos dias 29 de outubro a 1º de novembro de 2008, teve como temática “Histórias Narradas & Cotidianos Vividos”. Com este tema, tivemos o desejo de provocar diálogos, conversas, reflexões, parcerias sobre nossas produções cotidianas no trabalho escolar. Elas se materializam pelas narrativas que vimos produzindo na construção de uma “Escola Outra”. Cinco eixos básicos inspiraram nossas discussões naquele Seminário: 1. Formação no cotidiano escolar; 2. Narrativa, memória e autoria; 3. Práticas curriculares em e com diferentes áreas de conhecimento; 4. Experiências pedagógicas compartilhadas; 5. Reflexividade e trabalho coletivo. Já, o V Seminário, realizado de 20 a 23 de outubro de 2010, teve como tema “Histórias de vida e de docência”. As narrativas de quatro professoras do estado de Sergipe, retratadas no filme “Carregadoras de sonhos”, inspiraram o Seminário “Carregando sonhos”. Vivemos a partilha de experiências que alimentaram sonhos em nossas aulas... Narramos e questionamos, produzindo práticas diferenciadas na construção da escola de nossos sonhos compartilhados. E o VI Seminário Fala Outra Escola, realizado de 3 a 6 de julho de 2013, teve como tema “Diálogo e conflito: por uma escuta alteritária”. A proposta era a de que o Seminário fosse um exercício consciente de escuta de quem somos quando juntos, de quem somos com os estudantes e de quem são eles em diálogo conosco. É desse diálogo que tratamos, do encontro amoroso entre homens em processo de libertação, como nos ensina o mestre Paulo Freire. O VII Seminário teve como tema “Teu olhar trans-forma o Meu?”. Com essa temática, procuramos provocar os participantes do seminário às inúmeras possibilidades de respostas e a produzir diálogos outros à questão colocada. No GEPEC, compreendemos a trans-formação de nosso olhar nas escolas, partindo de nossa singularidade: o nosso olhar é único. Só eu vejo como vejo e é impossível que o outro possa ver como eu, tanto fisiologicamente como em meu modo reflexivo de ser no mundo, como nos ensinou Bakhtin e seu Círculo. Recorremos ao uso do “tu” propositadamente, estabelecendo uma maior proximidade com o outro que nos constitui. Portanto, teu olhar me desloca e me mostra possibilidades que movimentam o meu mundo; teu olhar me (in)completa, me mostra que o meu cenário é inacessível para meus próprios olhos. As edições do Seminário Fala Outra Escola têm se implicado em proporcionar espaços de divulgação e socialização de experiências e/ou pesquisas que apresentam uma Outra Escola possível, sempre a partir do ponto de vista de seus interlocutores privilegiados: pesquisadores, professores e outros profissionais da educação que consideram a escola como lugar de produção de conhecimento não só para os estudantes, mas também para si mesmos.

O GEPEC – Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Continuada - tem sido um espaço privilegiado para sistematizar e aprofundar a produção de conhecimentos e saberes da/na escola e da/na universidade, fomentando estudos e pesquisas de e com profissionais da educação. Desde 1996, o GEPEC vem buscando mostrar que as mazelas educacionais não são de responsabilidade dos professores, realizando estudos que procuram mapear a compreensão do trabalho docente através de novos olhares, novas alternativas, capazes de ir além de uma representação homogeneizadora do trabalho docente. A partir de 1999, o Grupo tem organizado Encontros com objetivo de criar espaços para as diversas vozes da escola veicularem suas produções. Inicialmente, em um Encontro denominado “Fala Professora!”, os docentes tiveram oportunidade de dizer de seu trabalho. Com a intenção de tomar a escola como espaço que transcende a ação docente, em 2002 o nome foi alterado para Seminário “Fala Outra Escola”. Buscava-se, com isso, explicitar as produções elaboradas nas escolas, na procura dos indícios para sua legitimação na sociedade, engendrando assim, um campo no qual são manifestas as possibilidades de a escola intervir na construção social de uma educação outra, mais humana, não-mercadológica, pautada na formação do educando como sujeito social e produtor de sua história. A primeira edição do “Fala Outra Escola” foi realizada de 21 a 23 de novembro de 2002, com o objetivo de criar um espaço para as diversas vozes veicularem suas produções, seja na forma de mesas-redondas, palestras, diálogos ou pôsteres. Naquele evento, foram enfatizadas as tensões vividas pelos sujeitos no cotidiano da escola, tensões que perpassam as políticas impostas aos educadores, construindo a imagem da culpabilização do trabalho docente como propulsor do fracasso escolar. As edições do Seminário Fala Outra Escola têm se implicado em proporcionar espaços de divulgação e socialização de experiências e/ou pesquisas que apresentam uma Outra Escola possível, sempre a partir do ponto de vista de seus interlocutores privilegiados: pesquisadores, professores e outros profissionais da educação que consideram a escola como lugar de produção de conhecimento não só para os estudantes, mas também para si mesmos.

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