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REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL E CLÍNICA PSIQUIÁTRICA: A EXPERIÊNCIA DO HOSPITAL DIA DO IPQ HCFMUSP

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Introdução: O Centro de Reabilitação e Hospital Dia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (CRHD IPq HC FMUSP) atende casos psiquiátricos graves e prolongados inseridos na assistência terciária do SUS. Há 21 anos, atua na intersecção entre a clínica psiquiátrica e a reabilitação psicossocial, na convicção de que ambas as formas de compreender e lidar com o transtorno mental carregam aspectos importantes no enfrentamento do sofrimento e na busca da saúde. No CRHD, o trabalho é efetivado por uma equipe interdisciplinar que atua sob os preceitos da compreensão biopsicossocial dos sujeitos, buscando construir, junto com os pacientes, projetos terapêuticos que diminuam o campo dos déficitis e desvantagens historicamente associados aos quadros psiquiátricos e ampliem o campo das possibilidades, saúde e pertencimento comunitário desses sujeitos. Isso posto, este trabalho busca apresentar a experiência do CRHD como atuação integradora da clínica psiquiátrica e da reabilitação psicossocial e pontuar os ganhos e os desafios dessa prática. Metodologia: relato de experiência. Resultados/achados: A prática cotidiana no permite apontar que a perspectiva de reabilitação psicossocial presente no tratamento possibilita resultados amplos, significativos e transformadores na vida dos sujeitos atendidos. Por outro lado, a composição com recursos qualificados da clínica psiquiátrica, como uma boa apuração diagnóstica e prescrições adequadas, se somam aos ganhos e colaboram significativamente na diminuição do sofrimento relacionado aos sintomas. Conclusões: O vínculo que os pacientes estabelecem com o serviço, a narrativa que trazem sobre o processo de tratamento e a nossa avaliação profissional, nos permitem afirmar essa composição de trabalho como positiva na busca por atendimentos eficazes e transformadores em saúde mental. No entanto, ainda são muitos os desafios encontrados nessa proposta, principalmente no que tange ao diálogo com segmentos que ainda sustentam a dicotomia entre tratamento psiquiátrico e intervenções psicossociais.