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ENCONTROS DE SAÚDE MENTAL: UMA PROPOSTA COLETIVA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE NA RAPS DA GRANDE VITÓRIA/ES

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Introdução: A partir de uma demanda dos participantes pela continuidade de discussões iniciadas no Seminário Estadual de Saúde Mental no ES: redes e produção de cuidados, caminhos e desafios é que em fevereiro de 2016, a equipe organizadora do evento propôs na RAPS da Grande Vitória/ES os Encontros de Saúde Mental. Trabalho que visa garantir um espaço construído coletivamente para reflexão das práticas, discussão dos impasses e estratégias para melhoria da produção de cuidado em saúde mental, além de acolhimento e apoio às questões subjetivas das relações dos profissionais com os usuários, instituições, equipes, território e a produção do cuidado na atenção psicossocial. Esse espaço se propõe produzir discussões sobre o processo de trabalho em saúde mental, tomando seus impasses e desafios como importante vetor na composição dos processos formação1 e visa contribuir para a educação permanente em saúde mental na RAPS da Grande Vitória/ES. Metodologia: Participam dos Encontros de Saúde Mental trabalhadores dos diversos serviços de atenção psicossocial, professores e alunos de graduação e pós-graduação, que se dispõem a discutir as experiências concretas de transformação das práticas e de organização do trabalho. Os encontros tem periodicidade mensal, possuem a duração de duas horas e meia, e os temas disparadores são previamente acordados entre os participantes. Os encontros realizados inicialmente trataram da temática da saúde mental infanto-juvenil, posteriormente outros temas abordados foram atenção à crise e ao suicídio, inserção social dos usuários, RAPS e função dos CAPS. Em consonância com a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, esse espaço privilegia que os participantes possam se colocar como pessoas envolvidas nas situações práticas e refletir sobre as intervenções. Resultados: A educação permanente almeja alcançar perfis profissionais orientados pelas necessidades reais da população, parte do princípio da educação como processo político, norteia-se na construção integradora entre os sujeitos e o trabalho, em uma “praxe crítica e criadora”2. Nesse sentido, observa-se que os participantes reafirmam a demanda por espaços coletivos de trocas de experiências e discussão sobre o processo de trabalho, legitimando esse dispositivo como potente ferramenta capaz de produzir conhecimento a partir dos relatos das práticas dos trabalhadores e provocar reflexões que podem levar a mudanças na realidade cotidiana dos serviços de saúde mental. Conclusões: A dinâmica do dispositivo permite a circulação da palavra e, em consequência, o compartilhamento de vivências clínicas e institucionais, a delimitação dos impasses inerentes ao cuidado, bem como a problematização dos encaminhamentos necessários à sustentação da RAPS. Assim, os Encontros de Saúde Mental têm se constituído uma ferramenta coletiva de educação permanente em saúde mental no estado do Espírito Santo. Referências: 1. Heckert ALC, Neves AC. Modos de formar e modos de intervir: a formação se faz potência de produção de coletivo. In: Pinheiro R, Barros MEB, Mattos RA (organizador). Trabalho em equipe sob o eixo da integralidade: valores, saberes e práticas. Rio de Janeiro: IMS/EURJ-CEPESC-ABRASCO; 2007. 145-160. 2. Ceccim RB, Feuerwerker, LCM. Mudança na graduação das profissões de saúde sob o eixo da integralidade. Cad. Saúde Pública 2004 [Acesso em 26 out 2016]; 20(5): 1400-1410. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2004000...