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VIOLÊNCIAS CONTRA AS MULHERES E AS IMPLICAÇÕES NO RASTREAMENTO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

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Objetivo: examinar a associação entre a experiência de violência praticada pelo parceiro íntimo e a não realização do exame citopatológico nos últimos três anos. Método: foi realizado um estudo transversal em 26 unidades de saúde do município de Vitória, Espírito Santo, Brasil. A amostra foi composta por 991 usuárias do serviço de atenção primária. No momento da entrevista foram coletados dados sobre o rastreamento para câncer de colo do útero nos últimos três anos, além da caracterização sociodemográfica, comportamental, obstétrica e ginecológica das mulheres, e foi aplicado o instrumento da Organização Mundial da Saúde para identificar a experiência de violência vivenciada no último ano. A análise foi realizada por teste de associação do qui-quadrado, tendência linear para variáveis ordinais e análise de regressão de Poisson bruta e ajustada com variância robusta. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Espírito Santo, sob Parecer 470.744. Resultados: mulheres que sofreram algum tipo de violência nos últimos 12 meses estiveram mais propensas a ter o exame de Papanicolaou em atraso (p = 0,002). Vítimas de violência sexual e física apresentaram, respectivamente, 1,53 e 1,44 maior prevalência de não realização do exame nos últimos três anos, quando comparadas às não vítimas. Conclusão: os resultados colocam as mulheres vítimas de violência como grupo vulnerável à não realização do Papanicolaou.