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Objetivo: Este estudo avaliou a associação entre violência contra a gestante e o rastreamento de risco para potencial atraso no desenvolvimento neuromotor da criança. Metódos: Estudo de coorte realizado com 981 mulheres, avaliadas no pré-natal, acompanhadas durante o nascimento e seus filhos avaliados entre 12 e 36 meses de vida, utilizando como instrumento o Bayley Scales of Infantand Toddler Development Third Edition. Foi realizado análise bruta e ajustada para potenciais variáveis de confusão, usando regressão de Poisson. Resultados: Não houve associação da violência e as dimensões de desenvolvimento; escolaridade materna entre quatro ou menos anos de estudos representou risco para comunicação receptiva (OR=7,32; IC=2,39-22,36; p<0,001) e para domínio cognitivo (OR=4,0; IC=1,53-10,50; p=0,005), e entre 9 a 11 anos de estudos representou risco para comunicação expressiva (OR=1,32; IC=1,02-1,72; p=0,035); renda familiar menor que 1 salário mínimo representou risco para motricidade grossa (OR=2,38; IC=1,07-5,29; p=0,033); nascimento pré-termo apresentou associação de risco para problemas na comunicação expressiva (OR=1,34; IC=1,07–1,68; p= 0,010), motricidade fina (OR=1,60; IC=1,16-2,20; p=0,003), e motricidade grossa (OR= 1,91; IC=1,19-3,08; p=0,007). Conclusão: Conclui-se que as condições de risco para problemas no desenvolvimento infantil têm maior possibilidade de ocorrer em crianças de famílias de baixo nível socioeconômico e em condições adversas de nascimento. Palavras-chave: Violência. Gestação. Exposição à violência. Desenvolvimento infantil.