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USO DO MEDICAMENTO MISOPROSTOL EM GESTANTES ATENDIDAS EM UMA MATERNIDADE DO PARANÁ

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Objetivos: Investigar o uso do medicamento misoprostol para a indução do parto com feto vivo em gestantes atendidas em uma maternidade do Paraná, no período de julho de 2015 a dezembro de 2016. Métodos: Pesquisa descritiva exploratória com fonte de dados secundária, viabilizada por meio do acesso a prontuários, cadastros de pacientes, prescrições e fichas de solicitação de misoprostol. Resultados: Ao longo dos 18 meses estudados, o misoprostol foi administrado a 484 gestantes. Deste total, 51% receberam o medicamento para fins de indução de parto com feto vivo. Das pacientes atendidas, 60,7% tinham entre 20 e 34 anos de idade, 57,9% eram brancas, 16,2% tinham nível de escolaridade fundamental incompleto e 61,5% eram casadas. A idade gestacional predominante foi entre 39 a 41 semanas (76,9%) e 62,7% das gestantes eram primíparas. As indicações mais prevalentes para o uso do misoprostol foram gestação prolongada (34,8%) e parto espontâneo cefálico (14,2%). Em 65,2% dos casos foi administrado um único comprimido do medicamento (25 mcg, via vaginal) nas pacientes. A administração do misoprostol, entretanto, resultou em 47,4% partos vaginais e, consequentemente, 52,6% cesáreas. A principal justificativa apontada para a realização destas cesáreas foi a falha de indução do parto com o medicamento (45,4%), seguida de bradicardia fetal (8,5%) Conclusões: A introdução recente do misoprostol na maternidade não tem ocasionado a redução esperada no número de cesáreas, sugerindo necessidade da revisão posológica e/ou melhor treinamento da equipe envolvida.