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USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE E MULTIMORBIDADE: ESTUDO PRÓ-SAÚDE

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Objetivo: Avaliar a associação entre multimorbidade e uso de serviços de saúde. Métodos: Estudo transversal, com base em dados coletados na fase 2 (2001-2) do Estudo Pró-Saúde, que investiga determinantes sociais da saúde em uma coorte de funcionários técnico-administrativos de campi universitários no Rio de Janeiro. Foram incluídos 734 indivíduos que relataram restrição de atividades habituais nos 15 dias anteriores à coleta de dados. Busca por serviço de saúde (variável de desfecho) foi utilizada como proxy para uso de serviços de saúde. Multimorbidade (variável de exposição) foi aferida por meio de contagem simples de doenças autorrelatadas e definida como presença de duas ou mais morbidades. Como variáveis de ajuste foram utilizadas idade e escolaridade. Nas análises estratificadas por sexo foram utilizados modelos de Poisson com variância robusta, para estimar razões de prevalência e seus IC 95%, com utilização do programa Stata . Resultados: A proporção de mulheres com multimorbidade foi maior (54%) em relação aos homens (37%), e as mulheres apresentaram, em média, maior número de morbidades diagnosticadas. Ter multimorbidade aumentou em 28% (IC 95% 1,12-1,45) a probabilidade de utilizar os serviços de saúde em homens, enquanto para as mulheres não houve associação estatisticamente significativa. Para os homens, a cada morbidade adicional a probabilidade de utilizar serviço de saúde aumentou em 8% ( IC 95% 1,03-1,13) e para as mulheres em 4% (IC 95% 1,01-1,06). Conclusões: Sexo constitui um modificador de efeito da associação entre multimorbidade e uso de serviços de saúde, revelando-se mais importante entre homens.