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RELAÇÃO ENTRE ESTRESSE PSICOSSOCIAL NO TRABALHO E CARGA ALOSTÁTICA NO ELSA-BRASIL

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Objetivo: analisar a associação entre o estresse ocupacional e a carga alostática (CAL) em servidores públicos brasileiros. Métodos: analisou-se dados de 10.925 participantes ativos da linha de base (2008-2010) do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Exposição: estresse psicossocial no trabalho utilizando-se o questionário demanda-controle-apoio social (DCSQ), que considera três dimensões: demandas psicológicas, controle e apoio social. O estresse ocupacional foi classificado em quadrantes: baixo desgaste (baixa demanda e elevado controle), trabalho ativo (elevada demanda e elevado controle), trabalho passivo (baixa demanda e baixo controle) e elevado desgaste (elevada demanda e baixo controle). Desfecho: CAL mensurada somando-se os escores de 15 parâmetros biológicos: variabilidade da frequência cardíaca, IMC, razão cintura quadril, circunferência da cintura, colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos, glicemia de jejum, HbA1c, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, leucócitos e microalbuminúria. Elevados valores indicavam elevado estresse fisiológico e baixos valores indicavam melhor adaptação ao estresse. Idade, sexo e raça foram utilizados para ajuste do modelo. Modelos de regressão linear estratificados por escolaridade foram gerados utilizando-se software R. Resultados: associação entre o estresse ocupacional e a CAL foi significativa e teve direções opostas segundo escolaridade. No grupo com alta escolaridade, o elevado desgaste e o trabalho passivo levaram ao aumento na média da CAL (β=0,36 e β=0,20, respectivamente). No grupo de baixa escolaridade, o elevado desgaste levou à diminuição da CAL (β=-0,25). Conclusão: o elevado desgaste e o trabalho passivo foram associados com a CAL em servidores públicos e a escolaridade foi uma modificadora de efeito significante nessa associação.