Favoritar este trabalho

Objetivos: Investigar a distribuição espacial do rastreamento mamográfico no Brasil e sua associação com variáveis socioeconômicas e de prestação de cuidados de saúde. Métodos: Trata-se de estudo ecológico, cujas unidades de análise foram as 438 micro-regiões de saúde no Brasil. As fontes de dados foram o SISMAMA, o DATASUS e o IBGE. Foram calculadas as razões entre o número de exames mamográficos feitos no SUS e a população feminina SUS-dependente, na faixa etária de 50 a 69 anos. Modelos de regressão espacial foram utilizados para estudar essas relações. Resultados: Observou-se variabilidade acentuada na cobertura de rastreamento mamográfico nas micro-regiões de saúde (mediana: 21,6%, intervalo interquartil: 8,1-37,9%). As análises multivariadas identificaram a desigualdade de renda familiar, o número de radiologistas por 100.000 habitantes, o número de máquinas de mamografia por 10.000 habitantes e o número de mamografias realizadas por cada máquina, com associação independente com a cobertura do rastreamento mamográfico no nível da microrregião. Houve evidências de forte dependência espacial dessas associações, com mudanças em uma micro-região afetando micro-regiões vizinhas, e também de heterogeneidades geográficas. Conclusões: Houve desigualdades substanciais no acesso ao rastreamento mamográfico em micro-regiões, sendo a cobertura maior nas regiões com menores desigualdades socioeconômicas e melhor acesso aos cuidados de saúde.