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Objetivo: Analisar a associação entre a obesidade abdominal (OA), segundo cinco diferentes indicadores diagnósticos, e a espessura médio-intimal de carótidas (EMI-C). Métodos: Usou-se dados de 8449 sujeitos de 35 a 74 anos participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Avaliou-se o efeito dos indicadores de OA isolados: circunferência da cintura (CC), razão cintura quadril (RCQ), índice de conicidade (Índice C), produto da acumulação lipídica (LAP) e índice de adiposidade visceral (IAV) sobre EMI-C. Os dados foram estratificados por sexo e analisados por meio de regressão logística multivariada no software estatístico STATA®. Todos os modelos de regressão foram ajustados por idade, raça/cor da pele, nível de escolaridade, tabagismo, HDL-colesterol, LDL-colesterol, hipertensão arterial e diabetes. Resultados: Participantes com EMI-C acima do percentil 75 mostraram maior frequência de OA (homens acima de 71,9% e mulheres acima de 66%) em comparação aos participantes com EMI-C abaixo do percentil 75. Os homens apresentaram maiores valores das medianas da EMI-C comparados às mulheres (0.59mm versus 0.56mm). Houve associação entre obesidade abdominal, diagnosticada pela CC, RCQ, LAP e IAV com a EMI-C em ambos os sexos. Observou-se por meio da CC o maior efeito sobre a EMI-C, ajustando-se pelas referidas covariáveis: OR: 1,39 (IC95%: 1,15-1,69) entre homens e OR: 1,37 (IC95%: 1,16-1,63) entre as mulheres. Conclusões: A obesidade abdominal, identificada por meio da CC, RCQ, LAP e IAV se associou com a EMI-C em ambos os sexos, se destacando o tradicional indicador antropométrico CC.