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Objetivos: avaliar a incidência de exposição a picada do vetor da leishmaniose visceral canina (LVC) em cães de área endêmica. Métodos: foi realizado um estudo de coorte durante 18 meses em cães selecionados a partir de um baseline aleatório em uma área endêmica para LVC. Foram acompanhados cães negativos para LVC e para exposição a picada do vetor. A cada seis meses os animais foram avaliados clinicamente, quanto a exposição e reexposição a picada do vetor e diagnóstico de LVC. Para avaliação da exposição ao vetor foi realizado ELISA com proteínas presentes na saliva do vetor que foram utilizadas como marcadores de exposição ao vetor. A incidência foi calculada para cada intervalo até 18 meses e foi avaliada presença de associação entre exposição ao vetor e gravidade da LVC. Resultados: no baseline, foram avaliados 482 cães, destes 66% haviam sido expostos à picada do vetor. De acordo com os critérios de seleção, foram recrutados 32 animais para o acompanhamento. Seis meses após a avaliação, 66% destes foram expostos ao vetor, 78% aos 12 meses e 93% após 18 meses. Dentre os animais positivos para LVC, 65% foram reexpostos à picada do flebótomo em pelo menos um momento, havendo associação entre reexposição e aumento da gravidade da LVC (RR=3, p<0,05). Conclusões: os resultados demonstram a rapidez em que o cão é exposto ao vetor em uma área endêmica para LVC, ressaltando sua importância no ciclo epidemiológico da doença e o risco ao que os humanos também estão expostos nessas áreas.