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Objetivos: Descrever a incidência da leishmaniose visceral canina (LVC) e a evolução da infecção por Leishmania infantum em cães. Métodos: Foi realizado um estudo de corte transversal de uma amostra aleatória de cães de uma área endêmica para LVC no Brasil como baseline para estabelecimento de um estudo de coorte por 12 meses. Cães negativos foram acompanhados durante um ano. Os animais acompanhados foram avaliados cada 3 meses com exame clínico e diagnóstico para LVC. Para o cálculo da taxa de incidência a positividade para LVC foi considerada como desfecho e para o cálculo da incidência cumulativa, foi considerado o tempo que o animal levou para se tornar positivo. Resultados: No baseline, foram examinados 285 cães, desses 45% foram identificados como positivos para LVC e 55% como negativos. A incidência de LVC após 6 meses foi de 22% e após 12 meses foi de 31%. A incidência cumulativa foi de 5,2 casos de LVC a cada 100 animais em risco por mês. Em 38% dos animais houve mudança do resultado diagnóstico ao longo do estudo, podendo o mesmo animal ter apresentado resultado positivo em um momento do acompanhamento e negativo no momento seguinte. O estudo de coorte apresentou uma perda de seguimento de 34%. Conclusões: A incidência de LVC na região foi elevada, apresentado uma alta velocidade de expansão da doença na população canina. A mudança do resultado do diagnóstico ao longo do tempo evidência que apenas um resultado pode não ser conclusivo para confirmar a suspeita clínica de LVC.