75026

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA TRÍPLICE EPIDEMIA (DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA) NA BAHIA, 2015-2016

Favoritar este trabalho

Objetivo: Identificar padrões espaciais na distribuição da incidência de dengue, chikungunya e Zika na Bahia. Métodos: realizou-se estudo ecológico espacial adotando os municípios como unidades de análise. Calculou-se a incidência média de cada uma dessas arboviroses para o período de 2015 a 2016, subdividindo-as em três categorias: baixa (<100 casos/100.000 hab), média (entre 100 e 299 casos/100.000 hab) e alta (>300 casos/100.000 hab). Examinou-se presença de autocorrelação espacial entre essas taxas (I’ Moran Global) e procedeu-se sua suavização pelo método Bayesiano Empírico Espacial. Aglomerados espaciais de risco foram identificados pelo I’ Moran Local. Resultados: Foram notificados casos de pelo menos uma das três arboviroses em 398 dos 417 municípios (95,4%) em 2015 e 406 (97,36%) em 2016, sendo que 327 (78,4%) tiveram circulação simultânea. No período, foram notificados 122.470 casos de dengue (incidência 401,8 por 100.000 hab.), 77.642 de chikungunya (254,7 por 100.000 hab.) e 86.227 de Zika (282,9 por 100.000 hab.). Dos 417 municípios, 29,0% (121) foram classificados como de alta incidência para dengue, 14,2% (59) para chikungunya e 20,6% (86) para Zika. Foi identificada autocorrelação espacial estatisticamente significante para a incidência de dengue 0,1972 (p=0,001); chikungunya 0,1994 (p=0,001) e Zika 0,0710 (p=0,018), demonstrando a dependência espacial dessas taxas. Conclusões: Constatou-se que os arbovírus circulam intensamente em quase todas as cidades baianas, sendo que dengue continua apresentando maior magnitude de ocorrência. A dependência espacial na circulação destes vírus indica a necessidade de que as ações de controle vetorial sejam mais universais, visando reduzir o risco de expansão destas viroses.