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Objetivo: Descrever os aspectos epidemiológicos da tuberculose na população brasileira privada de liberdade. Métodos: Estudo transversal-descritivo de abordagem quantitativa. Utilizou-se o Sistema de Informação de Agravos e Notificação na versão Online, disponibilizado na página do Data-SUS, acessado em março de 2017, como fonte de dados, os quais corresponderam aos casos de tuberculose na população privada de liberdade, notificados no Brasil, no período de 2013 a 2015. Os dados foram tabulados e processados no programa estatístico R versão 3.2.0. A análise estatística descritiva compreendeu as variáveis: sexo, idade, raça, escolaridade, tipo de entrada, forma clínica, drogas ilícitas, tabagismo, alcoolismo, HIV, Aids e situação de encerramento. Resultados: Foram notificados 13.738 casos de tuberculose, com predominância do sexo masculino (96,2%), faixa etária de 20 a 39 anos (82,5%), raça parda (41,6%) e sem escolaridade (59%). Quanto ao tipo de entrada, 75% eram casos novos e 11, 8% recidivas. A forma clinica prevalente foi a pulmonar (94,3%). Em relação ao uso de drogas, 17,7% faziam uso de drogas ilícitas, 15,1% eram tabagistas e 9,3% alcoolistas. Quanto a coinfecção com o HIV, 8,7% eram soropositivos e 7,7% possuíam o diagnóstico da Aids. Sobre a situação de encerramento, 59,3% obtiveram cura, 6,3% abandonaram o tratamento, 1,2% evoluíram para droga-resistência e 2,3% foram a óbito. Conclusões: Os altos índices de tuberculose pulmonar, abandono do tratamento e baixo percentual de cura, são preocupantes e desafiam o controle epidemiológico da doença a nível nacional. Ademais, é notório a necessidade de fortalecer as ações de saúde neste público.