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ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO E SUA ASSOCIAÇÃO COM TRANSTORNO MENTAL COMUM EM SERVIDORES DO JUDICIÁRIO

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Objetivos: Avaliar a associação entre assédio moral e ocorrência de transtornos mentais em servidores do Judiciário Federal. Métodos: Estudo transversal com amostra de 1883 trabalhadores do Judiciário Federal do Rio Grande do Sul. Utilizou-se o Questionário de Atos Negativos (NAQ-r) para mensuração do assédio moral e o Self Report Questionnaire (SRQ-20) para avaliação de Transtornos Mentais Comuns (TMC). Regressão de Poisson e Logística foram utilizadas para testar associações de interesse, com controle para confundidores. Resultados: A prevalência geral de TMC foi de 27,1%. A prevalência de assédio moral foi 17,0%.Nas análises de regressão com controle para fatores de confusão sociodemográficos e ocupacionais, estar exposto a assédio moral eventual no trabalho esteve associado a uma prevalência 2,17 vezes maior de TMC (p<0,001). Os indivíduos expostos ao assédio moral de forma frequente (semanal ou diário) apresentaram prevalências de TMC 4,78 vezes maior, quando comparados aos que não sofreram assédio (p<0,001). Conclusões: Os achados corroboram os resultados de estudos longitudinais em países de alta renda, onde o assédio moral demonstra-se como fator determinante de uma piora na saúde mental. A prevenção do assédio moral no ambiente de trabalho é um importante fator para a preservação da saúde mental no serviço público.