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ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DO TRABALHO E INSATISFAÇÃO COM O TRABALHO EM SAÚDE

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Objetivo. Avaliar associação dos aspectos psicossociais do trabalho, com base na combinação de modelos de estresse ocupacional (ERI e MDC) e insatisfação com o trabalho em saúde. Métodos. Estudo epidemiológico, transversal confirmatório, conduzido em cinco municípios baianos, com 3084 trabalhadores/as de saúde dos serviços de média complexidade e da atenção básica, entre os anos de 2011 e 2012. A variável desfecho foi a insatisfação com o trabalho, a partir da questão: você está satisfeito(a) com seu trabalho? Foram consideradas duas variáveis de exposição principais: o “modelo demanda-controle” (MDC) mensurado pelo Job Content Questionnaire (JCQ) e o “desequilíbrio esforço-recompensa” mensurado pela escala Effort-Reward Imbalance (ERI). A análise considerou a associação entre os modelos de estresse ocupacional parciais, completos (a partir da inserção das dimensões apoio social ao MDC e comprometimento excessivo ao ERI) e parciais combinados (MDC e ERI) e a insatisfação com o trabalho. Resultados. A prevalência da insatisfação foi de 26%. Os modelos MDC e ERI completos apresentaram maior força para investigar a insatisfação, do que os modelos parciais, demostrando a relevância das dimensões apoio social e comprometimento excessivo. Porém, o uso dos modelos combinados obteve medidas de associação mais robusta que os demais (RP: 2,93; IC: 2,26 – 3,80), mesmo após ajuste pelas variáveis confundidoras. Conclusão. A combinação dos modelos revelou-se vantajosa na investigação do desfecho, indicando a necessidade de investimento em métodos epidemiológicos de análise mais avançados na tentativa de melhor explicar a complexidade dos eventos, bem como subsidiar ações voltadas para promoção de saúde dos trabalhadores.