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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E ESPACIAL DA VIOLÊNCIA FÍSICA: ESTUDO COMPARATIVO DOS CASOS FAMILIARES X NÃO FAMILIARES, 2012-2014

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Objetivos: Este estudo objetivou avaliar as características epidemiológicas e espaciais dos casos de violência física interpessoal. Foram avaliados três anos de dados em vítimas de lesões corporais em uma cidade de médio porte no interior da Paraíba; Campina Grande (2012-2014). Métodos: 3.559 laudos médico-legais foram analisados e 2.563 incluídos para identificação de diferenças socioeconômicas e geográficas na amostra. Foi testado diferenças estatísticas significantes entre a violência física familiar (categoria de referência) e comunitária. Utilizando Sistema de Informação Geográfica-SIG, nós mapeamos os endereços residenciais das vítimas para identificar a presença de algum padrão espacial. Resultados: 8 em 10 vítimas da violência familiar eram mulheres e a relação feminino/masculino foi 3,3 vezes maior em relação aos casos não familiares. Vítimas em união estável tiveram duas vezes mais chance de ser vítima de violência familiar (OR = 2,033), comparadas aos solteiros Vítimas que não trabalhavam (donas de casa, pensionistas e pré-escolares) estiveram duas vezes mais propensas a violência familiar, comparados aos assalariados. Sete áreas quentes geográficas foram identificadas pela Densidade de Kernel. Violência familiar teve dez vezes mais chance de ocorrer dentro da residência da vítima. Áreas densas correlacionaram espacialmente com os setores censitários com menor renda familiar. Conclusões: Violência interpessoal esteve associada a características epidemiológicas e espaciais. Idade, sexo, situação conjugal e mecanismo de agressão estiveram fortemente associados a violência familiar. Renda familiar foi altamente coincidente com as áreas quentes do mapa, fornecendo evidências de que pobreza econômica desempenha fator importante na violência interpessoal, sobretudo familiar.